Mosquito ameaça
As diversas ações que foram anunciadas de combate o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya, em
São João da Barra, no Norte Fluminense, estão paralisadas. Apenas um pequeno grupo de agentes contratados e, segundo os próprios não totalmente treinados e qualificados para a ação, segue nas visitas aos domicílios. O mutirão marcado para o dia oito(08/01) em Atafona, não aconteceu , e os programados para Grussaí (15), Grussaí/outro lado da Lagoa (18) e Açu (29), estão sob ameaça de não serem realizados.
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Agentes de Endemias cobram da prefeitura condições dignas de trabalho[/caption]
Agentes em greve
Aproximadamente 45 agentes de endemias, mais da metade do efetivo ativo, estão em greve. Segundo informações do comitê de mobilização, a reivindicação é pela garantia de condições mínimas de trabalho.
" A prefeitura não está fornecendo o equipamento e material necessário de proteção, trabalhamos em contato com o mosquito transmissor sem receber sequer o repelente para nos proteger, andamos durante todo o dia debaixo deste sol de verão, sem um boné e sem protetor, o uniforme que usamos não mais oferece proteção para o tipo de trabalho, é ainda o que foi adquirido faz mais de três anos pela administração anterior da prefeita Carla Machado, nossa situação é precária, nossa condição de trabalho é a pior possível, cumprimos nossos horários e tarefas, enquanto mais de uma dúzia de favorecidos estão desviados da função ou até mesmo recebendo sem trabalhar, precisamos dialogar, nossos apelos porém estão sendo ignorados pelo coordenador Márcio Martins e não temos acesso a secretária de Saúde Denize Esteves; recebemos o aviso de que por ordem do prefeito Neco, serão computadas faltas nos dias da mobilização. Queremos ir até o prefeito, que já mandou avisar que não vai nos receber. É real a possibilidade de uma infestação do mosquito Aedes Aegypti em SJB; trabalhamos até aqui para cumprir a exigência de que completemos o ciclo e a prefeitura não nos dá a condição mínima de desenvolver nosso trabalho. Estamos lutando para evitar o caos, infelizmente, com a cota maior de sacrifício sobre nós servidores agentes de endemias", que temos que comprar do nosso próprio bolso; a água, o boné, o repelente e o protetor solar. Ficamos todo o tempo em contato com o vetor e, se não estamos protegidos, nos tornamos nós mesmos propagadores das doenças, levamos os vírus para dentro de nossas casas, para junto da nossa família e vizinhança, queremos apenas que o prefeito nos dê condição digna no trabalho". A informação veio do Comitê de Mobilização dos Servidores. Continuamos tentando o contato com gestores da saúde do município.
Alerta regional
A paralisação que acontece dos agentes de endemias em São João da Barra, pode ter consequências regionais, Campos e São Francisco que tem um enorme e constante fluxo de moradores e veranistas com São João da Barra. A situação já deixa em alerta os gestores de saúde dos municípios vizinhos. Em Campos o combate ao mosquito da Dengue tem sido intensivo, inclusive com o reforço de 90 agentes do Exército. Já em São francisco de Itabapoana, mutirões de combate vem acontecendo sistematicamente, além de campanhas educativas e orientadoras nas mais diversas localidades, uma atenção especial as comunidades tradicionais de pescadores de Gargaú, Guaxindiba e Barra de Itabapoana onde aconteceram maior número de ocorrências. Por telefone, a secretaria de saúde de São Francisco, fez o seguinte informe:
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Divulgação_PMSFI[/caption]
"Aqui em São Francisco ainda não registramos nenhum caso de ZiKa Vírus e sabemos que no município vizinho, já existe um morador em observação com esta suspeita; o transito de pessoas entre Gargaú, Atafona e SJB via Rio paraíba do Sul, é bastante intenso. Tivemos a uns poucos dias um aumento no número nos casos da dengue, fizemos o nosso dever de casa, reduzimos os números, e caminhamos para o controle; São João da Barra precisa fazer o mesmo por lá. Aumenta em muito a nossa preocupação com esta situação de paralisação no combate ao mosquito aqui tão próximo. Estamos em alerta máximo". Disse a coordenadora do setor de endemias de SFI, Vanuza Terra.
Por Zé Armando Barreto