A tecnologia inventa o que não há e reinventa o que já existia: o lambe-lambe. Eles ficavam nas praças com suas câmeras sobre um tripé e às vezes, para manobrarem-nas, subiam em caixotes. Ficavam com a cabeça coberta por um tecido preto e desse modo, exerciam o ofício. Com a popularização das máquinas fotográficas automáticas, foram desaparecendo. Agora, na Era da Revolução Digital, retornam com outra roupagem. São as cabines instântaneas. Grupos de até 5 pessoas, com acessórios para serem escolhidos e balões no estilo de História-em -Quadrinhos, entram por alguns segundos e já saem com a imagem digitalizada térmicamente, sem tinta nem impressora.
Os convidados entram na cabine e iniciam uma sequência de 4 fotos. Lá, se orientam por um monitor, para melhor se posicionarem. Em cada foto tirada uma nova pose, onde as mesmas saem reveladas em uma única foto personalizada em tamanho 10 x 15.
A Cabine Show, por exemplo, de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, viaja pela Região Noroeste, Zona da Mata Mineira e Sul Capixaba, em todos os finais de semana, contratada para casamentos, aniversários, formaturas e outras festas. Mãe e filha,
Leci Nunes e Emília, contam que se divertem trabalhando. O contrato é feito por hora, no mínimo três, e as fotos saem aos borbotões, com filas se formando. Há os que entram com chapéu de cowboy, de hamburguer, laço da Minnie, gravata de purpurina, capacete de bombeiro e de operário, enfim, tem de tudo para uma rápida fantasia.
O lambe-lambe não morreu, apenas se aperfeiçoou. E a Fotografia agradece.