Empresas de ônibus X Prefeitura: quem tem razão?
Alexandre Bastos 03/12/2015 01:41
[caption id="attachment_37570" align="aligncenter" width="494"]Foto: Rodrigo Silveira/Folha da Manhã Foto: Rodrigo Silveira/Folha da Manhã[/caption]

Em 2009, quando foi aprovado o programa "Campos Cidadão" (passagem a R$ 1,oo), o saudoso vereador Renato Barbosa apresentou um requerimento solicitando transparência na relação entre a Prefeitura e as empresas de ônibus. Na ocasião, além de Barbosa, vereador como Rogério Matoso, Marcos Bacellar e Dante também defenderam que o governo deveria enviar mensalmente um relatório com o valor subsidiado. Porém, o tempo passou e a transparência ficou só na promessa. Houve denúncia de fraude, sindicância sem resultado e muitas rusgas entre empresários e Prefeitura. Creio que nesse duelo entre empresários e Prefeitura, alguns pontos merecem ser destacados.

Estranha matemática - Segundo IBGE, a população estimada de Campos em 2015 é de 483.970 habitantes. A Prefeitura afirma que mais de 300 mil pessoas estão cadastradas no programa Campos Cidadão. Analisando esses números, onde estão as crianças, os idosos (que têm direito à gratuidade) e as pessoas que utilizam outros meios de transporte em Campos? Sem falar nos assalariados, que recebem vale transporte. Alguma coisa está errada nessa matemática.

Quantos passageiros por mês? - A prefeita Rosinha Garotinho (PR), durante entrevista coletiva, no dia da paralisação dos rodoviários, disse estranhar o número de 2,5 milhões de passageiros por mês. Mas é bom lembrar que o edital da licitação previa 3,72 milhões por mês.

Antes e depois do reajuste - Se consultar o Portal da Transparência é possível verificar que o valor pago pela Prefeitura atualmente, mesmo após o reajuste da tarifa (de R$ 1,60 para R$ 2,75), é bem próximo do que era pago antes do reajuste. Mais uma vez, que matemática é essa? Se o subsídio quase triplicou, como o valor foi semelhante?

Sindicância custou R$ 715 mil - A prefeita se diz desconfiada, mas até hoje não foi divulgado resultado da sindicância aberta para apurar possíveis irregularidades no repasse da passagem social, apesar da denúncia feita pelo vereador Jorge Magal (PR) ao MP, após constatar cobrança indevida. O valor do contrato com a empresa Planum Planejamento e Consultoria Urbana, de Minas Gerais, foi de R$ 715 mil. O prazo para que a empresa fornecesse um relatório da sindicância expirou no dia 21 de janeiro de 2013.

Tudo na base do improviso? - A prefeita diz agora que depende da implantação do novo sistema de bilhetagem para ter controle das passagens. Ela que dizer, então, que até hoje os repasses eram feitos sem controle? Foi tudo improvisado?

Greve nesta quinta-feira - Está prevista para iniciar nesta quinta-feira (03) mais uma greve dos rodoviários, em Campos. A informação foi confirmada na noite de ontem (02) pelo presidente do sindicato dos Rodoviários, Roberto Virgílio. A categoria reivindica o pagamento de salário que estaria atrasado. Segundo a assessoria da Prefeitura, nesta quinta às 10h, haverá uma audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT). Veja a matéria sobre a greve na Folha: aqui

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