Vereadores derrubam Código de Ética
Alexandre Bastos 01/12/2015 18:19

sessão

Em junho deste ano, após o vereador Rafael Diniz (PPS) enquadrar o presidente da Câmara de Campos, Edson Batista (PTB), afirmando que ele deveria "levantar a cabeça e honrar a cadeira" (aqui), membros do governo rosáceo começaram a defender a aprovação de um Código de Ética com a missão de suspender e até cassar parlamentares. Na época, aliados do grupo governista chegaram a mandar recados dizendo que o Código iria "colocar a oposição no seu devido lugar". Porém, a proposta foi atropelada na sessão desta terça-feira (01) com votos de "independentes" e membros da própria situação.

Apontando uma possível manobra para "enquadrar vereadores por motivos eleitorais" e fazer "represálias", dez vereadores derrubaram o Código de Ética colocado na pauta pela Mesa Diretora da Câmara. "Seria muito estranho aprovar um Código de Ética bem próximo de uma eleição. Esta Casa nunca precisou de Código de Ética, basta que cada um respeite seu companheiro e mantenha uma conduta respeitosa", disse o vereador Alexandre Tadeu (PRB), que já foi colocado no "paredão" quando um assessor criticou parlamentares faltosos nas redes sociais.

O Código de Ética e Decoro Parlamentar contava com o apoio de nomes importantes do "rolo compressor" e do presidente da Câmara de Campos, Edson Batista (PTB).

A discussão da proposta começou quando os vereadores aprovaram a emenda do vereador Rafael Diniz (PPS), que suprimia punições previstas. "Já que retiraram as punições, o Código não tem mais sentido e eu solicito que seja retirado da pauta, mas pode voltar na próxima legislatura", disse Edson Batista, visivelmente chateado com a derrota.

Derrubaram o Código de Ética os vereadores: Alexandre Tadeu (PRB), Dayvison Miranda (PRB), Jorge Magal (PR), Albertinho (Pros), Neném (PTB), Fred Machado (PPS), Marcão (PT), José Carlos (PSDC), Genásio (PSC) e Gil Vianna (PSB).

Na visão do vereador Neném, que faz parte da base governista, ninguém pode "tirar a imunidade dos vereadores na tribuna". "O líder do governo não direcionou voto e quero deixar claro que não tenho medo de represálias. Sou da situação, mas não tenho medo. Tenho imunidade na tribuna e vou falar o que penso. Ninguém pode tirar a imunidade dos vereadores na tribuna".

Para o vereador Thiago Virgílio (PTC) a Câmara perdeu "uma grande oportunidade". "Em um momento desse, em que passa o nosso país, essa Casa de Leis presta um desserviço à nossa população. Uma Casa de Leis, repudiar um Código de Ética e Decoro Parlamentar. Quem não deve não teme!", disse Virgílio.

O vereador Abdu Neme (PR), que defendia a aprovação, desabafou. "É um absurdo dizer que o Código de Ética seria utilizado para fazer represália. O que vimos aqui foi um grupo votar contra Lei e ainda ficar com um sorriso no rosto", disse Abdu.

*Mais informações na edição de amanhã (02) da Folha 

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