Depois de sete adiamentos, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (15), por 11 votos a 9, o parecer preliminar do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela continuidade das investigações sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O processo poderá resultar em punição que varia desde censura até a cassação do mandato do peemedebista.
Alvo da Lava Jato, Cunha é acusado de manter contas secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, em março. A votação aconteceu horas após uma operação da Polícia Federal (conforme a
Folha mostrou
aqui) que fez buscas e apreensões na residência oficial de Cunha em Brasília e na sua casa no Rio de Janeiro.
A votação ocorreu após a leitura do parecer por Marcos Rogério, em meio à polêmica sobre se era cabível haver pedido de vista (pedido de parlamentar para analisar o caso por mais tempo, o que poderia atrasar a votação do relatório).
Deputados aliados de Cunha defendiam que deveria ser concedido pedido extra para que o novo parecer fosse analisado, uma vez que houve substituição do relator. Na semana passada, o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) acabou destituído depois de manobras regimentais capitaneadas por parlamentares da “tropa de choque” de Cunha.
O presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), negou o pedido de vista, mas passou a decisão final para o plenário, que acabou decidindo, por maioria, que não era justificado dar mais tempo por entender que Rogério apresentou apenas um complemento ao parecer de Pinato, que já pedia a continuação das investigações.
Fonte: G1