Semana de denúncias e ?sauna?
20/11/2015 20:11

Fotos: Reprodução de vídeo

Denúncias de intenso calor nos diversos setores dos hospitais Ferreira Machado (HFM) e Geral de Guarus (HGG), devido a problemas nos sistemas de refrigeração, além de mais pacientes nos corredores e problemas na limpeza das unidades hospitalares, foram alguns dos relatos dos usuários da saúde pública de Campos. Além disso, pacientes entraram em contato com a Folha, por celular, para reclamar sobre deslocamento de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para quartos com doentes de menor gravidade. Ainda nesta semana, vigilantes do HFM e HGG cruzaram os braços por falta de pagamento. Nessa sexta-feira, mais pacientes eram atendidos em macas, jogados pelos corredores das principais unidades hospitalares do município.

O cardiologista Cláudio Leonardo de Morais, que foi transferido do HGG após denunciar péssimas condições de trabalho, afirmou que mais uma vez os corredores dos hospitais parecem “saunas”, e relata que a situação pode piorar com a chegada do verão e alta temperatura constante. “Os hospitais, mais uma vez, não estão nem de longe preparados para enfrentar essa fase. Some a isso (o calor) o mau cheiro. É lixo espalhado por termos agora que enfrentar a desassistência de equipes de limpeza regular. Corredores cheios de pacientes e enfermarias que parecem saunas”, afirmou o médico, contestando se os serviços oferecidos à população podem ser considerados dignos.

Em nota, a Fundação Municipal de Saúde informou que o sistema de refrigeração do HGG está em funcionamento, mas em virtude da oscilação frequente da rede de energia não tem apresentado desempenho satisfatório, principalmente nos dias de calor intenso. “Empresa especializada foi contratada e novos equipamentos estão sendo adquiridos para a solução deste problema, o mais breve possível”. Com relação, ao serviço de limpeza do hospital, a nota diz que “está funcionando normalmente e sendo realizado por funcionários vinculados à Fundação Municipal de Saúde”.

Efeito suspensivo — Na última quinta-feira, o desembargador Fernando Cerqueira Chagas, da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), suspendeu a decisão do juiz Ralph Manhães, da 1ª Vara Cível de Campos, que determinava a transferência imediata de R$ 3 milhões do município aos cofres da Santa Casa de Misericórdia de Campos. Na semana passada, o presidente do TJ, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, pediu explicações ao magistrado local e suspendeu a decisão até que ele se pronunciasse definitivamente sobre o caso, o que não ocorreu até sexta-feira (20).

Vigilantes cruzaram os braços nos hospitais

Por falta de pagamento, vigilantes da empresa Limfort Segurança, que prestam serviços para o HFM e para o HGG, cruzaram os braços na última quinta-feira. O repasse de verba da Prefeitura para a empresa estaria atrasado há quatro meses. De acordo com os vigilantes, a paralisação também teria ocorrido no Hospital São José e no posto de Farol de São Tomé.

Até o fim da tarde de sexta-feira (20) o problema ainda não havia sido resolvido. Sem funcionários de limpeza e sem vigilantes terceirizados, a Prefeitura vai improvisando para manter as unidades hospitalares em funcionamento.

Em nota enviada pela assessoria da Prefeitura na última quinta, a secretaria de Gestão de Pessoas e Contratos informou que “a empresa demorou a entregar a documentação para que o pagamento seja realizado. As providências já estão sendo tomadas para resolver a situação”, acrescentando que as unidades vão contar com apoio da Guarda Civil Municipal, como foi constatado pela equipe da Folha nessa sexta-feira (20).

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