Do jeito que a política desceu a ladeira e o impasse se estabeleceu com a falta de legitimidade dos atores, em toma lá da cá inaceitáveis a qualquer respeitável democracia, fica difícil imaginar mínima solução para a crise econômica que é grave. Fala-se contra o arrocho do ajuste fiscal defendido pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy e isso sem que nem mesmo as medidas tenham sido aprovadas pelo Congresso Nacional. Hoje, as manchetes dos principais jornais nacionais apontam a desestabilização do Levy no cargo. Ou seja, entrando outro ministro nem andamos para um lado nem para o outro lado. Continuamos cavando no fundo do buraco.
Imobilizado o Estado, em cascata os estados ficaram engessados. Por cima, ainda, nem podem pensar em pedalar. Aqui no nosso Rio de Janeiro paira a sombra do atraso sobre pagamentos aos aposentados e pensionistas em futuro não longínquo.
Não por acaso, um ministro do STF - pela primeira vez desde que esta fuzarca paralisou o Brasil - sugere a renúncia de Dilma, Cunha e Temer como forma "não traumática" para o país superar a crise.
Que o brasileiro comum deseja zerar a conta e recomeçar tudo outra vez é fato sensível. Qual será o caminho só o futuro dirá.
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Charge (Foto: Chico Caruso) publicada hoje, 16/10 no O Globo[/caption]