MPF defende investigações contra Pezão e Cabral
Alexandre Bastos 29/10/2015 18:27

cabral e pezão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer continuar a investigação sobre o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), e seu antecessor, Sérgio Cabral (PMDB), no âmbito da Operação Lava-Jato. O posicionamento contraria a Polícia Federal, que concluiu no mês passado o seu inquérito sobre o caso defendendo o arquivamento. A decisão sobre o arquivamento ou continuidade das investigações caberá ao ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A vice-procuradora Ela Wiecko argumentou ainda haver circunstâncias a serem apuradas. O inquérito foi aberto para apurar o direcionamento de recursos do esquema de corrupção para a campanha de Cabral em 2010, na qual Pezão foi vice. Segundo o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, duas reuniões suas com fornecedores da estatal trataram do direcionamento de R$ 30 milhões para a campanha. “Há dados que ainda necessitam de esclarecimentos complementares, considerando tanto a possibilidade de que a suposta vantagem econômica indevida acolhida na campanha eleitoral tenha relação com atos do governo do Rio de Janeiro, quanto a possibilidade de que esses valores ilícitos estivessem vinculados apenas aos contratos da Petrobras, mas dissimulados na campanha”, afirmou a vice-procuradora.

Ela Wiecko destaca que anotações do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, tratando da doação de R$ 200 mil para a campanha do PMDB do Rio de Janeiro chegaram aos investigadores depois do relatório da Polícia Federal que pedia o arquivamento. Ressaltou ainda que, em depoimento nesta terça-feira (27), o doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento à 13ª Vara Federal de Curitiba ter sido incumbido por Paulo Roberto Costa de “repassar propinas arrecadadas dos prestadores de serviços da Petrobras à campanha eleitoral do PMDB ao governo do Rio de Janeiro”.

Afirma também que diretores de duas empresas, Techint e Skanska, reconheceram ter se encontrado com Costa em um hotel para debater ajuda à campanha de Cabral. Ressalta que no caso da Alusa, a empresa reconheceu ter feito doação de R$ 500 mil ao diretório fluminense do PMDB.

Na continuidade da investigação, o Ministério Público deseja que se procure identificar os responsáveis na Alusa pela doação, realize-se novo depoimento de Youssef para tratar dos repasses à campanha e se faça uma análise do material que já compõe o processo.

Fonte: O Globo 

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