A esperança ainda vive
José Paes 13/08/2015 10:57

Ao longo dos últimos 25 anos, vivemos, infelizmente, sob a influência negativa da família Garotinho. Em maior ou menor medida, todos os que passaram pelo Executivo tiveram a benção de Garotinho. Pior ainda. Todos que por lá passaram, com mais ou menos convicção, adotaram o seu modelo populista de governo, da gastança desenfreada, sem o mínimo de planejamento, tendo como exclusivo objetivo a manutenção do poder.

O tempo afastou vários discípulos do seu líder. Uns por entender que a ideologia inicial se perdeu pelo caminho - se é que um dia existiu -, outros por entender que os seus interesses pessoais inconfessáveis deixaram de ser atendidos.

O último que se afastou - para muitos, traiu - de Garotinho foi o Deputado Geraldo Pudim, até então o seu maior escudeiro. Com essa jogada - para muitos ensaiada -, Pudim se tornou, para alguns, da noite para o dia, o quadro mais bem preparado para governar Campos e tocar a mudança de rumo que tanto precisamos.

Me parece no mínimo incoerente que algo do tipo seja aventado, sobretudo por quem se diz oposição. Como acreditar que alguém que durante décadas representou um exemplo de fidelidade ao modelo garotista, seja justamente a pessoa mais preparada a fazer o contraponto a esse mesmo modelo? Como vender uma suposta postura invejável de quem, ao longo dos últimos 30 anos, sempre anuiu e ajudou a consolidar um modelo perverso de administração?

Como muito bem disse Ricardo André, em seu artigo publicado na Folha da Manhã da última terça-feira (11/08) (aqui), não basta apenas mudar, é preciso transformar a mentalidade administrativa do nosso município. Sinceramente, não vejo no Garotismo, muito menos em suas viúvas mal amadas, legitimidade, capacidade e vontade para isso.

Felizmente, surge em nossa cidade um grupo jovem, nascido e criado longe do Garotismo, mas muito atento às suas agruras. Um grupo heterogêneo, mas de princípios muito bem definidos e demonstrados através dos seus posicionamentos e atitudes, e que, por isso mesmo, não tem receio de dialogar e costurar acordos que viabilizem a transformação de valores que tanto desejamos. Um grupo que não abre mão de um novo caminho, mas que sem arroubos de personalismo e arrogância, tem a humildade de dialogar e aprender com os mais variados grupos sociais e políticos, na construção de um novo projeto de cidade.

Para o jornalista Fernando Leite (aqui), parte do eleitorado campista votará com raiva em 2016. Ouso discordar. Não vejo raiva no eleitorado campista, mas sim esperança. Esperança de ter enxergado pela primeira vez, em muitos anos, uma alternativa de transformação efetiva dos valores que norteiam a nossa cidade. A esperança ainda vive, senhores, só não podemos depositá-la em pseudo opositores.

Versão integral do artigo publicado hoje (13/08) na versão impressa da Folha que, por equívoco, deixou de constar o último parágrafo.

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