Coisas simples... grandes ensinamentos!
bethlandim 28/08/2015 22:20

 

            O texto de Ninon Rose Hawryliszyn e Silva nos conta...

“Estes dias vi uma formiga que carregava uma enorme folha. A formiga era pequena e a folha devia ter dez vezes o tamanho dela. A formiga a carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia, a folha tombava, fazendo cair também a formiga. Foram muitos os tropeços, mas, nem por isso, a formiga desanimou de sua tarefa. Eu a observei e acompanhei, até que chegou próximo a um buraco, que devia ser a porta de sua casa. Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento”. Ilusão minha. Na verdade, havia apenas terminado uma etapa. A folha era muito maior do que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse do lado de fora para, então, entrar sozinha. Foi aí que disse a mim mesmo: “Coitada, tanto sacrifício para nada.” Lembrei-me ainda do ditado popular: “Nadou, nadou e morreu na praia.” Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar a folha em pequenos pedaços. Elas pareciam alegres na tarefa. Em pouco tempo, a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco. Imediatamente, comecei a refletir sobre minhas experiências. Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades? Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carregá-la. Invejei a persistência, a força daquela formiguinha. Naturalmente, transformei minha reflexão em oração e pedi a Jesus que me desse a tenacidade daquela formiga, para “carregar” as dificuldades do dia-a-dia. Que me desse a perseverança da formiga, para não desanimar diante das quedas. Que eu pudesse ter a inteligência, a sabedoria dela, para dividir em pedaços o fardo que, às vezes, se apresenta grande demais. Que eu tivesse a humildade para partilhar, com os outros, o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário. Que eu possa, como aquela formiga, não desistir da caminhada, mesmo quando os ventos contrários nos fazem virar de cabeça para baixo, mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver, com nitidez, o caminho a percorrer. A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada. Após meu encontro com aquela formiga, saí mais fortalecida em minha caminhada. Agradeci pela presença daquela formiga em meu caminho ou por me ter feito passar pelo caminho dela. Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.”

            Em nossa caminhada, não devemos nos fixar nas dificuldades e nos erros, pois ambos são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar. O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Teimosia é uma forma de rigidez da personalidade. É um apego obstinado às próprias idéias e gostos, nunca admitindo insuficiência e erros. Conviver com criaturas que estão sempre com a razão, que acreditam que nasceram para ensinar ou salvar todo mundo e que jamais transgridem a nada, é viver relacionamentos desgastantes e insatisfatórios. Quase sempre fugimos desses indivíduos dogmáticos, incapazes de aceitar e considerar um ponto de vista diferente do seu.

Nesses relacionamentos, ficamos confinados à representação de papéis instrutor-aprendiz, orientador-orientado, mentor-pupilo. Somente escutamos, nunca podemos expressar nossa opinião sobre os eventos e as experiências que compartilhamos. As pessoas teimosas vão ao excesso do desrespeito, por não darem o devido espaço para as diferenças pessoais que existem nos amigos e familiares. Ser flexível não que dizer perda de personalidade ou ser volúvel, mas ser acessível a compreensão das coisas e pessoas. Para melhorarmos as circunstâncias de nossa vida, precisamos transformar nossos padrões de pensamentos limitadores. Isolando-nos dentro dessas fronteiras estreitas, passamos a encarar o mundo de forma reduzida e nos condicionamos a pensar que a vida é uma fatal provação. Assim, não mais vivemos intensamente, limitamo-nos apenas a sobreviver. Explorando opções, diversificando nossas opiniões, conceitos, atitudes e recolhendo os frutos do progresso aqui e acolá, teremos expandida a nossa visão, que será a base para agirmos com prudência e maleabilidade diante das nossas decisões. A arquitetura de uma ponte prevê os movimentos oscilatórios, para que sua estrutura não sofra dano algum. As estruturas imobilizadas nunca são fortes como as flexíveis. Mentalidades rígidas não são consideradas desembaraçadas e rápidas, pois nunca estão prontas para mudar ou para receber novas informações.

Neste contexto, todos nós devemos aproveitar a oportunidade para refletirmos um pouco sobre as nossas atitudes, sobre os pesos desnecessários que carregamos por imposição própria, e buscarmos levar a vida de uma forma mais amena, na interação com as pessoas e situações. Estamos nos aproximando do início da primavera... Quantas oportunidades e bênçãos recebemos e não somos capazes sequer de percebê-las, que dirá de agradecer por elas. Vamos aproveitar o momento para refletir e perceber que sempre é tempo para mudar! Não vamos continuar presos a padrões rígidos que nos causam dor e sofrimento. Liberte-se... Sejamos flexíveis como as formigas, que trabalham sempre no coletivo, na complementaridade... Assim a vida fica mais leve...

Com afeto,

Beth Landim

 

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