Câmara: oposição e "independentes" desafiam o "rolo compressor"
Alexandre Bastos 08/07/2015 22:34

A Câmara de Campos voltou  contar com uma sessão longa a polêmica. Dessa vez, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na pauta, o "rolo compressor" governista, que agora conta com 14 vereadores, enfrentou os "independentes e a oposição" (11 vereadores, todos vestidos com a camisa contra a venda do futuro). Entre as matérias mais polêmicas estava uma emenda, apoiada por oposicionistas e "independentes", que pretendia evitar cortes nos tradicionais programas de transferência de renda.

Cheque Cidadão - A ideia dos oposicionistas e "independentes" era manter 25 mil famílias cadastradas no Cheque Cidadão. Atualmente, após um grande corte, o programa atende 10 mil famílias e a meta, de acordo com a LDO, é chegar a 15 mil. "O município de Santo André, com 700 mil habitantes, consegue manter um programa para 28 mil famílias, com um Orçamento de R$ 1,3 bilhão. Aqui, com 1,6 bilhão, não dá? Então tem que ir até Santo André para ver a mágica que eles fazem", disse o vereador José Carlos (PSDC). Na defesa do governo, o vereador Neném (PTB) disse que tem muita gente com "cara de pau". "Votam contra a antecipação dos royalties e agora aparacem aqui querendo aumentar os programas sociais. É jogo para a galera", disparou. A emenda foi negada com os votos da bancada governista.

Para o vereador Genásio (PSC), da bancada "independente", o dinheiro que falta para os programas sociais, sobre para "outros contratos". "Enquanto tem gente que passa fome, muito dinheiro é aplicado em passagens aéreas para uma turma resolver assuntos particulares em Brasília. A população tem que ficar de olho nisso. Falam em cara de pau, mas volto a dizer que votei contra a antecipação dos royalties porque sabia que não ia atender o povo mais pobre", afirmou.

Líder do governo, o vereador Mauro Silva (PT do B) comentou sobre as críticas dos independentes. "É bom lembrar que a renda per capita de Santo André é o dobro da de Campos, e fica no ABC paulista, em um território bem menor. Sobre as passagens aéreas, gostaria de saber se o vereador vai de ônibus ou de carro até Brasília. As viagens são para tratar de assuntos importantes e de trabalho. Não é como no governo passado que tinha até viagem internacional", disse Mauro.

Renda Mínima/Defeso Água Doce - Pela emenda defendida pelos "independentes" e oposicionistas, a meta era atender 500 pessoas. O governo definiu como meta 400 pessoas.

Renda Mínima/Defeso Água Salgada - Pela emenda defendida pelos "independentes" e oposicionistas, a meta era atender 800 pessoas. O governo definiu como meta 700 pessoas.

Política Habitacional:  Pela emenda defendida pelos "independentes" e oposicionistas, a meta era atender 1.500 pessoas no programa "SOS Habitação". O governo definiu como meta 500 pessoas.

Para o vereador Albertinho  (Pros), que faz parte da bancada "independente", os governistas terão que mudar o discurso. "Disseram que os independentes eram contra o Cheque Cidadão, e outros programas sociais. Agora estamos aqui lutando pelas famílias carentes e o governo vota contra. As máscaras estão caindo", disse Albertinho.

 Atualização às 23h10- Inclusão da resposta do vereador Mauro Silva.

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