Mais um Porcão fechou as portas
Christiano 29/06/2015 13:56

Porcão

A rede de churrascarias Porcão, uma das mais tradicionais do Rio, fechou mais uma unidade. A bola da vez foi o Porcão da Barra da Tijuca, que amanheceu com as portas fechadas no sábado, com um aviso de obras, situação que persistiu ontem, no tradicional almoço fora de domingo do carioca.

O fato foi noticiado aqui, no Globo Online. Um aviso na porta informava que a unidade estava em obras, apesar de nenhum sinal aparente, e reabriria hoje. Segundo o jornalista Ancelmo Gois relatou aqui em seu blog, os próprios funcionários do Porcão da Barra teriam decidido não trabalhar no fim de semana por atrasos nos salário e falta de carne.

É mais um capítulo da grave crise enfrentada há mais de um ano pela rede, muito antes de estourar a crise econômica em todo país devido aos equívocos do governo Dilma Rousseff. Na sexta-feira passada foi fechada a unidade do Porcão no Norte Shopping (confira aqui), que tinha 80 funcionários. Os agora ex-funcionários denunciam atrasos de três meses de sálarios e também de direitos trabalhistas.

Dias antes, na terça-feira passada, a unidade do Porcão localizada no Boulevard Shopping, em Vila Velha, também fechou as portas (confira aqui e aqui), também com denúncias de funcionários há três meses sem receber. Já teriam sido fechadas filiais da rede na Gávea e no Shopping Cittá América, também na Barra da Tijuca, ambos no Rio de Janeiro.

O Porcão tem um dos rodízios mais caros do estado do Rio e é bastante conhecido dos campistas das classes mais abastadas. A rede foi fundada em 1975, pelo gaúcho Neodi Mocellin, que abriu, com o seu primo Valdir, a "Churrascaria Riograndense" na Avenida Brasil, em sistema de rodízio.

Em um vendaval no mesmo ano, a placa da churrascaria foi destruída, sobressaindo-se na fachada o letreiro do supermercado vizinho, da Casas da Banha, com o porquinho do "CB muito mais você". Os clientes passaram a chamar a churrascaria de Porcão e o nome agradou e emplacou.

Uma das façanhas do Porcão foi reabilitar no país o sistema rodízio, servido antes em churrascarias medíocres de beira de estrada. Mocellin fez isto oferecendo carnes de qualidade, em diversos tipos, e incrementando o bufê de saladas e frios.

O glamour do Porcão começou com a abertura da filial de Ipanema, em 1980. A partir daí, a marca virou símbolo de churrasco nobre e seus endereços tornaram-se ponto de encontro de artistas, empresários e jogadores de futebol, tendo alguns deles, como Renato Gaúcho, sido patrocinados pela rede.

Em 2008, Mocellin vendeu 49% do Porcão para o banco Merril Lynch, visando a expansão da marca. A crise nos EUA congelou os planos e em 2011 o banco vendeu sua parte para a Brasil Foodservice Group (BFG), que adquiriu mais 4% e passou a ser a controladora da rede de restaurantes.

Com divergência administrativas com os novos sócios, a família Mocellin vendeu as cotas restantes para a BFG. Ao mesmo tempo que expandiu o Porcão, a BFG cortou custos, muitas vezes onde não podia, e fez a rede mergulhar numa crise sem precedentes, culminando agora com o fechamento de várias filiais e o acúmulo de passivo trabalhista e dívidas

Fontes: O Globo, Ancelmo.Com, Extra, Gazeta Online, ES Hoje, Stravaganza e Exame

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