Os Estudantes de Medicina e as Drogas
Nino Bellieny 16/06/2015 23:20
-------------------------------------------------------------------------------------- [caption id="attachment_2682" align="alignnone" width="280"]ft-posture.doonks.com ft-posture.doonks.com[/caption] Uma pesquisa feita em Salvador-BA, e publicada na Revista de Piscanálise Clínica, aponta que, o conhecimento presumível  de um universitário de Medicina, sobre os efeitos de quaisquer drogas, lícitas ou ilícitas, não evita que este as consuma em índices semelhantes, aos de um jovem da mesma  idade, fora das faculdades ou cursando outras carreiras. Seja em qualquer cidade do país,  os universitários de Medicina são motivos de preocupação da família e dos professores. Afinal, qual a razão, se a juventude, de um modo geral, está exposta a todo o tipo de tentações, do  álcool permitido ao baseado proibido? Simples, exatamente, por ser esperar-se,  do estudante de Medicina, o melhor  preparo possível para cuidar de vidas, muitas delas em risco por também consumirem drogas. A dependência química transtorna  o comportamento e o raciocínio. Como administrar medicamentos, tomar decisões e executar procedimentos especializados? É compreensível o medo da corrosão mental na mais importante fase, a de aprendizagem profissional.     Medicina e drogas: uma mistura explosiva     Para o jornalista campista,  Cilênio Tavares, isso pode ser pelo desgaste provocado por um curso tão pesado, que lida com vidas. Ele acrescenta: Embora, penso eu, não se justifique, porque fugir da realidade é muito pior." A médica cirurgiã geral , Amanda Bussade,  jovem itaperunense, comenta " Acredito que a universidade seja a estréia, da maioria, do jovem fora de casa, dando a ele uma sensação de "liberdade" e "autonomia", e isso, pode fazê-lo pensar de formas erradas: "Tô livre", " Posso fazer o que eu quiser" ,"Ninguém manda em mim",  levando-o , a novas experiências, como a das  drogas, (licitas como o cigarro e a bebida e as ilícitas ). Se deixam seduzir pelo ibope alcançado , pois o "fulaninho que não bebe é ridiculo", " quem não fuma é chato" ," quem não usa é criança" e outros termos menos leves, Com isso, muitos excedem os próprios  limites, em geral os meninos, que são mais "zuados" se não seguem os costumes do grupo, e por temerem a exclusão social num lugar em que eles estão praticamente sem ninguém, só os "amigos da faculdade", adquirem vícios danosos, hoje cada vez mais corriqueiros e trágicos. A distância de casa,  causa sensação de liberdade total, mas, estabelece o medo da solidão. Em uma mente que não esteja bem estruturada pelos valores familiares, uma boa formação cristã e o sólido objetivo de  formar-se médico, pode impulsionar o jovem universitário para o mundo das drogas. Uma pena."      Trecho do artigo publicado na Revista de Psiquiatria Clínica*,  diz: "Diversas pesquisas apontam para um consumo de drogas crescente no decorrer do curso médico, com o pico do consumo nos dois últimos anos. As atividades práticas iniciadas no 5o ano do curso são vivenciadas como geradoras de ansiedade* . Este período é considerado de grande dificuldade, obrigando o estudante a dedicar-se quase que exclusivamente à Medicina, além da expectativa de se tornar médico com todos os seus deveres e responsabilidades." O BNB conseguiu conversar com um universitário de Medicina de Campos-RJ, que pediu sigilo em relação ao nome: A pressão dos estudos é muito grande, tenho amigos que piram literalmente, mas, nem todo mundo entra nessa "vibe", tem muita gente que leva o estudo muito a sério e evita festinhas fechadas, quase todas regadas com muita bebida e outras coisas mais pesadas. Vai quem quer, todo o mundo sabe quem é quem..."     A campista Ana Maria Pellegrini, dermatologista, e os filhos Edilbert, ( no último ano da FMC- Faculdade de Medicina de Campos, já escolheu a Cardiologia como especialidade) e Gabriel, ainda no 2º ano da mesma instituição, deram uma resposta coletiva ao BNB: "Não achamos que os estudantes de medicina usem mais drogas do que os estudantes em geral; o acesso às drogas é facilitado. Bebem, talvez um pouco mais, por ser um hábito cultural e pelo elevado índice de estresse." Os excessos geram  mais excessos e podem levar às páginas policiais. Ontem,  3 estudantes de Medicina,  foram presos por integrantes do 29ºBPM, na cidade de  Cardoso Moreira, suspeitos de tráfico de drogas ilícitas. (Um deles, por não estar envolvido, foi liberado). Da 148ª Delegacia Legal de Italva, foram direto para a Casa de Custódia em Itaperuna. [caption id="attachment_2680" align="alignnone" width="300"]Dorga apreendida em Cardoso Moreira-RJ na ocorrência com os universitários. Site da Rádio Itaperuna AM 1410 Drogas apreendidas em Cardoso Moreira-RJ na ocorrência com os universitários. Site da Rádio Itaperuna AM 1410[/caption] A Revista de Psiquiatria Clínica fornece mais um dado do mesmo artigo: "As evidências apontam para a necessidade de as escolas formalizarem serviços de apoio psicológico aos graduandos, principalmente quando se observa dependência química. Apesar de muitas  já desenvolverem esse tipo de ajuda, seu resultado ainda parece precário. Sugere-se que outros trabalhos sejam empreendidos, para ampliar o arsenal de elementos na tentativa de construir soluções que possibilitem a transformação da realidade atual." O estudante que, não quis dizer quem é,  de Campos dos Goytacazes,  finaliza o comentário dele: "O que não se pode, é o pré-julgamento, capaz de induções negativas sobre todos os universitários, afinal, a maioria não está na faculdade para brincar e sim para realizar um sonho que, traz dentro de si desde criança." Para o bem da Medicina e dos pacientes.     ----------------------------------- *1-Saiba mais sobre lendo o artigo na íntegra em Revista de Psiquiatria Clínica *2-*1(Mesquita et al., 1995)      

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