"Independentes" rebatem ameaças de Garotinho e sessão é encerrada após confusão
Alexandre Bastos 24/06/2015 19:30

No último sábado (20) o secretário de Governo, Anthony Garotinho (PR), usou o seu programa de rádio para disparar na direção dos vereadores que integram o "bloco independente" (aqui). Segundo Garotinho, os parlamentares teriam arquitetado um golpe para ficar com a presidência da Câmara no final do ano passado. Ele também afirmou que os ex-aliados iriam "pagar caro pela traição".

Hoje (24), durante a sessão da Câmara de Campos, os "independentes" resolveram encarar o ex-líder e avisaram: "se bater, vai levar". O clima esquentou tanto que o presidente da Casa resolveu encerrar a sessão.

Gil Vianna: "Não sou moleque" - Na tribuna, o vereador Gil Vianna (PR) comentou sobre declarações do secretário de Governo, Anthony  Garotinho (PR) e mandou um recado: "Não sou moleque. Tenho família. Se quiser levar para o campo político, pode levar. Se quiser ir para o lado pessoal, vamos também. O que não posso é ficar calado diante de acusações. Se bater, vai levar", avisou Gil, que foi além: "Nunca fui traidor. Estou muito tranquilo e votei consciente contra o empréstimo. Disseram que vamos pagar caro. O que tentou dizer com isso?", indagou Gil.

Magal: "Golpe na Câmara foi articulado por Wladimir e Thiago Virgílio"  - Quem também desabafou foi o vereador Jorge Magal (PR). Segundo o ex-aliado do governo, em momento algum os "independentes" tentaram armar um golpe. Querem saber a verdade? O golpe foi articulado por Wladimir e Thiago Virgílio. Não quero envolver mais gente, mas se perguntar a vereadora Cecília quem ligou, ela vai falar. O candidato de Garotinho era o vereador Paulo Hirano. Wladimir tentou montar um bloco. E agora quer dizer que eu fiz alguma coisa? Foi o filho de Garotinho que derrubou Paulo Hirano. Havia um compromisso. Retirar a candidatura de deputado estadual e ele seria presidente da Câmara. Mas passaram por cima disso", afirmou Magal.

Magal também avisou que está disposto a encontrar com o ex-líder para "responder qualquer coisa". "Me coloco a disposição para participar daquele programa que é uma entrevista combinada. Estou me oferecendo para explicar. Posso participar no próximo sábado. Posso sentar lá e responder qualquer pergunta que o secretário de Governo queira fazer. O que perguntar, respondo", enfatizou.

Albertinho: "Muita gente vai chorar na cama" - Já o vereador Albertinho usou a tribuna para rebater uma matéria publicada pelo jornal "O Diário". De acordo com a reportagem, ele teria pedido para um ex-funcionário da Câmara pegar um empréstimo. "Em hora algum eu atestei empréstimo para este cidadão. Como é de praxe, esse jornal só joga para um lado. Tenta denegrir a imagem. É o que Garotinho gosta de fazer: denegrir. Mas vou ao Rio levar uma série de documentos e vamos ver quem é que está devendo. Muita gente vai chorar na cama", disse o ex-aliado do governo. Segundo Albertinho, "Garotinho deve ter perdido a humildade". "Ele diz que me tirou da lama. Mas não se lembra de uma época em que o Natal da casa dele estava vazio, porque estava todo mundo com Arnaldo, e me pediram para levar duas vans de Guarus com o povo carente. Fui com meu chinelo e chamei as pessoas. Ele também deve se esquecer da época que montei os caixotes para ele em Guarus. Eu continuo humilde, mas ele deve ter perdido a humildade", completou.

Genásio aponta retaliação e pede: "Batam em mim" - Quem também desabafou na tribuna foi o vereador Genásio. "Um rapaz trabalhador, que foi nomeado, sofreu uma retaliação após a minha postura aqui na Câmara, quando votei contra o empréstimo. Fizeram ele escolher entre o meu partido, o PSC, e o governo. Quem abordou foi o Jorge Rangel. Ele optou por ficar ao meu lado. Mas avise a prefeita (olhando para Mauro Silva) que fizeram isso com um rapaz de bem, que tem um filho cadeirante. Uma grande covardia. Não me curvo e as pessoas que trabalham comigo também não se curvam. Mas se quiser resolver alguma diferença, que venham falar comigo. Meus princípios não serão vendidos", disparou.

Sessão encerrada - Após ser citado pelo vereador Magal como "articulador do golpe", o vereador Thiago Virgílio foi ao microfone para rebater, mas o clima esquentou. De longe, Magal respondeu e passou a bater boca com o vereador Neném (PTB), que gritava: "Deixe ele (Thiago) falar, deixe falar". Neste momento guardas municipais entraram no plenário para evitar uma confusão maior e o presidente da Casa, Edson Batista (PTB), encerrou os trabalhos.

Em contato como blog, Thiago prometeu rebater. “Na próxima sessão vou mostrar revelar detalhes dos bastidores não só da eleição da Mesa, mas dessa votação do empréstimo. Teve vereador que procurou empreiteiro, teve pedido por pasta na Prefeitura e também por recursos”, avisou.

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