Lava Jato: STJ autoriza quebra de sigilo telefônico de Cabral e Pezão
Alexandre Bastos 03/06/2015 20:48

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta quarta-feira a quebra do sigilo telefônico do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e do ex-chefe da Casa Civil Regis Fichtner. Os três são suspeitos de receber dinheiro desviado da Petrobras. O STJ autorizou a devassa nas contas do governador, do ex-governador e do ex-secretário com base em pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

Em um dos depoimentos da delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que repassou R$ 30 milhões para o caixa dois da campanha eleitoral de Cabral em 2010. O dinheiro seria proveniente de propina de contratos de empresas responsáveis por obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Segundo o delator, as empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC, que formavam o consórcio Compar, teriam repassado à campanha de Cabral R$ 15 milhões. Outros R$ 15 milhões teriam como origem os caixas da Skanska e Alusa, entre outras empresas. "Cada empresa deu contribuição no total de R$ 30 milhões", afirmou Paulo Roberto. Ex-vice-governador de Cabral, Pezão teria sido um dos beneficiários dos repasses.

Ainda de acordo com a delação de Costa, coube ao secretário capitanear os pedidos de propina para a campanha em 2010, inclusive com a marcação da reunião num quarto de hotel com representantes de empresas contratadas para o Comperj.

Procurado, Cabral respondeu por intermédio de sua assessoria que "respeita o processo judicial e reitera o seu repúdio e a sua indignação às mentiras ditas pelo delator Paulo Roberto Costa.

O ex-secretário disse, por meio de assessores, que "diante das inverdades ditas pelo delator Paulo Roberto Costa, cabe à Justiça investigar os fatos. A quebra de sigilo telefônico, diante disso, é natural e servirá apenas para demonstrar que jamais falei com ele ao telefone sobre qualquer assunto."

Pezão deve divulgar uma nota ainda hoje sobre o assunto.

Fonte: O Globo 

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