Prestação de contas
José Paes 22/05/2015 10:20

Na noite de ontem, despedi-me da diretoria geral do Observatório Social de Campos, que agora será ocupada pelo querido amigo e competentíssimo arquiteto, Renato Siqueira. Foram dois anos de muito trabalho, de muitas lutas, mas, sobretudo, de muito aprendizado.

Quando assumimos, em 2013, após convite do Professor Hamilton Garcia, a quem, desde já, agradeço pela confiança em mim depositada, tínhamos como objetivo principal reestruturar o Observatório, dando-lhe organicidade, vida própria. Enfim, o nosso objetivo era colocar o Observatório para “andar”, a fim de que pudesse cumprir a função principal para qual foi criado: atuar no controle social do Poder público municipal.

Foi possível colocar em prática tudo o que desejávamos? Evidentemente, não. A falta de recursos e, sobretudo, a falta de tempo dos envolvidos, comum ao trabalho voluntário – afinal, todos trabalham, e muito, para garantir o seu sustento -, não nos permitiram realizar tudo aquilo que foi planejado. Isso não significa, contudo, que não tenhamos tido êxito em nossa caminhada.

Felizmente, o Observatório, hoje, é conhecido e reconhecido pelo seu trabalho, atuando e se posicionando a respeito de temas de interesse da coletividade, algo que, infelizmente, foi deixado um pouco de lado por outras associações e entidades de classe históricas da nossa cidade.

Como alguns exemplos da nossa atuação, podemos citar a participação nas licitações das ambulâncias e do transporte público. Nessa última, foi possível contribuir para que um dos critérios de escolha das novas empresas fosse modificado, o que representou uma significativa redução nos preços das passagens, em alguns casos em até 10 centavos. Contribuímos na discussão acerca da contratação de shows milionários em nosso município, expondo valores e cobrando mais transparência na divulgação dos cachês. Realizamos o seminário sobre mobilidade urbana, estimulando o debate acerca desse importante tema, que tanto nos afeta. Atuamos ativamente no processo de formulação da nova Lei Orgânica do Município, participando das audiências públicas e encaminhando sugestões de texto, muitas delas incluídas na versão final.  Por fim, encampamos a luta pela preservação e revitalização do Mercado municipal e do seu entorno, luta essa da qual, posso afirmar, não desistiremos.

Enfim, foram muitos projetos, muitas vitórias, algumas decepções, mas tenho a certeza que, nos últimos dois anos, pudemos contribuir para despertar – ainda que timidamente – na sociedade, o sentimento de que o controle da coisa pública não deve ser feito apenas pelo Legislativo, pelo Ministério Público, pelos Tribunais de Contas, mas sobretudo pelo cidadão. Essa é a nossa maior vitória. Parabenizo ao Renato pela merecida eleição e reforço o meu compromisso com Observatório. A luta é difícil, mas, aos poucos, conseguiremos efetivar tudo o que planejamos.

Artigo publicado na versão impressa da Folha de ontem (21/05)

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