Youssef reafirma à CPI que Planalto sabia de corrupção na Petrobras
Alexandre Bastos 11/05/2015 11:54

O doleiro Alberto Youssef voltou a afirmar, em depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba nesta segunda-feira, que o Planalto sabia do esquema de corrupção na Petrobras. Questionado pelos deputados se confirmava um depoimento anterior no qual citou nomes como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, ele confirmou. No entanto, negou que houvesse uma coordenação do Planalto no esquema. "Não digo que havia uma coordenação, mas eu acredito que eles tinham conhecimento, no meu entendimento, do que acontecia", respondeu Youssef.

Os parlamentares também questionaram se Youssef achava que o esquema de corrupção teria servido ao interesse do governo: "Serviu ao interesse do partido, automaticamente aos partidos da base aliada", afirmou o doleiro.

Youssef disse ainda que recebeu dinheiro de uma empreiteira, em 2010, para “abafar” a CPI da Petrobras. "Em 2010, eu fui contatar a Queiroz Galvão e quando fui cobrar para que ela pudesse pagar seus débitos referentes aos contratos de diretorias de abastecimento da Petrobras, fui informado de que eles teriam repassado R$ 10 milhões por conta do abafo dessa CPI", afirmou o doleiro.

A informação dada em sua delação premiada, de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), recebeu indiretamente dinheiro do esquema, também foi confirmada na CPI. "Não (repassei recursos) diretamente (para Cunha), não, mas a pedido de Julio Camargo (proprietário da Toyo Setal, que também fez delação premiada) que entregasse dinheiro a mando de Fernando Soares (operador do PMDB no esquema)", disse Youssef.

A CPI da Petrobras começou a ouvir na manhã desta segunda-feira em Curitiba 13 investigados pela Operação Lava-Jato que estão presos no Paraná. Nesta segunda-feira serão ouvidos o doleiro Alberto Youssef, o lobista Fernando Soares (conhecido como Fernando Baiano), apontados como operadores do esquema de corrupção na estatal, além do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, os operadores Mario Goes e Guilherme Esteves, a doleira Iara Galdino e o empresário Adir Assad. Também deverá prestar depoimento o delegado da Polícia Federal Gerson Machado, chamado para colaborar com as investigações da CPI.

Atualização às 16h25 - PF indicia 30 pessoas ligadas aos ex-deputados André Vargas, Pedro Corrêa e Luiz Argôlo -  A Polícia Federal concluiu neste fim de semana sete inquéritos policiais que apuram a responsabilidade criminal dos ex-deputados federais presos na 11ª Fase da Operação Lava Jato, André Vargas (ex-PT-PR), Pedro Correa (PP-PE) e Luiz Argôlo (SD-BA). Os inquéritos apuraram crimes de corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros. Trinta pessoas foram indiciadas, sendo que em alguns casos houve investigados indiciados em mais de um procedimento. Os três ex-deputados estão presos em Curitiba preventivamente e estão entre os indiciados. Os inquéritos policiais com respectivos indiciamentos e relatórios finais foram encaminhados ao Ministério Público Federal, que agora vai formular denúncia contra eles. Além dos três ex-deputados, foram indiciados seus ex-assessores e familiares, além do doleiro Alberto Youssef e seus laranjas.

  Fonte: O Globo 

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