Preso da Lava Jato era elo entre o PT e a Petrobras, diz investigação da PF
Arnaldo Neto 21/05/2015 13:12
[caption id="attachment_2463" align="alignleft" width="300"]Milton Pascowitch chega a sede da PF em São Paulo - Luiz Carlos Murauskas/Folhapress Milton Pascowitch chega a sede da PF em São Paulo.[/caption] O lobista da construtora Engevix Milton Pascowitch, preso na manhã desta quinta-feira (21), na 13ª fase da Operação Lava Jato, é o alvo central das investigações envolvendo o suposto recebimento de propinas pelo ex-ministro José Dirceu, pelo ex-diretor de Serviços da Petrobrás e o PT. Pascowitch pagou R$ 1,4 milhão a Dirceu e R$ 1,2 milhão para o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque – também preso, desde 16 de março, envolvido no escândalo de corrupção e cartel na estatal. Para a Polícia Federal Pascowitch atuava como elo entre a diretoria de Serviços da Petrobras e o Partido dos Trabalhadores. A Jamp pagou a JD Assessoria e Consultoria Ltda., do ex-ministro José Dirceu, em 2011 e 2012. O ex-ministrou alegou que foi por serviços de consultoria internacional prestados para a construtora Engevix Engenharia, em Cuba e no Peru. Para os investigadores da Lava Jato, a Jamp era uma empresa de fachada de Pascowitch usada para esquentar o dinheiro da propina. Não há aparente relação justificável para a relação comercial formal entre as partes, acreditam os procuradores. O que reforça a suspeita é o depoimento de um dos sócios da Engevix, Gérson de Mello Almada, no dia 18 de março. O vice-presidente da empreiteira confessou ter pago por serviços de “lobby” o operador de propina, como forma de garantir seus contratos na Petrobrás. Pascowitch seria um abridor de portas na estatal, graças aos seus contatos com membros do PT, entre eles o tesoureiro do partido João Vaccari Neto. O que chamou a atenção dos investigadores foi que Almada admitiu ter contrato as consultorias internacionais da JD, para abrir mercado em Cuba e no Peru, mas diz desconhecer a relação comercial entre Jamp e a empresa do ex-ministro – conforme justificou Dirceu em nota oficial à imprensa, um dia depois. A JD nega qualquer irregularidade e diz que os contratos foram legais. Jamp e a própria Engevix pagaram juntas R$ 2,6 milhões ao ex-ministro José Dirceu – também por serviços de consultoria, entre 2008 e 2012. Duque. Na casa de Duque, no Rio, a Polícia Federal já havia encontrado contrato de consultoria da D3TM Consultoria e Participação, empresa de Duque, com a com a Jamp Engenheiros Associados, de 2013, no valor de R$ 1,2 milhão. “(A D3TM) A empresa era fachada do ex-diretor para receber propina de quando ele era ex-diretor da Petrobrás, que continuou até 2014?, afirmou o procurador da República Carlos Fernando Lima, um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato, em entrevista coletiva, na manhã desta quinta-feira, em Curitiba. A própria Engevix, também contratou os serviços de consultoria do ex-diretor de Serviços em 2014, segundo comprovam contratos e notas apreendidas nas buscas feitas pela PF. Duque está preso desde o dia 16, depois que foi deflagrada a Operação Que País é Esse – décima fase da Lava Jato. Pelo menos 11 notas fiscais apreendidas mostram pagamentos mensais da Jamp de R$ 100 mil para a D3TM entre maio de 2013 e abril de 2014, quando Duque comunicou que não poderia mais cumprir seu contrato. O documento de encerramento da parceria foi encontrado também. Além da Jamp, a D3TM foi contratada também por outras empreiteiras do cartel acusado de cartel e corrupção na Petrobrás, com a UTC, a OAS e a Iesa. O ex-diretor de Serviço – principal alvo da Lava Jato no esquema de corrupção da estatal – era indicado do PT e ocupou o cargo entre 2003 e 2012. Ele nega qualquer irregularidade envolvendo os contratos da estatal. Preso pela primeira vez em 14 de novembro, foi solto dias depois por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Fonte: Blog Fausto Macedo/Estadão/G1

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