As mulheres da minha vida...
bethlandim 10/05/2015 18:12

A maternidade chegou pra mim maravilhosamente em dose dupla! Quando recebi Juliana e Rafaela em meus braços, pude sentir o verdadeiro sentimento do Amor, do cuidar, da generosidade, do perfume que traz o aconchego... Três anos depois, com Carolina, vivenciei ainda mais estes sentimentos, pois a experiência nos traz sabedoria do que nos é imprescindível vivenciar... O amor mais puro e sincero, o amor visceral, o amor que um simples olhar, um cheiro, um colo, nos traz uma felicidade indescritível...

Desde então, vivemos todos os momentos intensamente... Desde nossos banhos de mar nas lagoinhas de Chapéu de Sol, em Grussaí, as brincadeiras de subir nas árvores, aos nossos acampamentos de final de semana na fazenda, na barraca de camping, quando ainda não tínhamos nossa casa... a falta de luz que nos presenteava com a linda lua. Nossa barraca era sempre acariciada com a brisa suave que sopra do Rio Paraíba. Com o raiar do sol, a copa das árvores, faziam lindas cortinas para embalar nosso sono ainda cedinho... Nas enchentes de janeiro, me lembro que Julião cavalgava dentro do Rio, e as meninas segurando pelo rabo do cavalo, brincavam como se fosse um jet ski... Me lembro tanto de nossas cavalgadas noturnas, nossos piqueniques que depois de uma tarde à cavalo, nos sentávamos para saborear... Das nossas viagens sempre juntos, e todas as perguntas vindo à tona... da bagunça na viagem, na praia, no campo... estarmos juntos é sempre a maior e melhor festa... Me lembro ainda de vocês me acompanhando no esporte, dando os seus primeiro passos no vôlei e no handebol... Nossos passeios de barco e sempre mais um piquenique... Nos estudos, vocês sempre se superavam e me surpreendiam... Hoje, jovens mulheres, cada uma seguindo sua profissão, com dedicação e determinação. Olho para trás e sinto a verdadeira alegria de Ser Mãe... e quando olho pra frente vejo que vocês serão mães maravilhosas, porque tem coração puro, valores, amor incondicional a mim, à nossa família... trazem consigo a atenciosidade e o cuidado do bem querer... nos entendemos num simples olhar... Nem sempre pensamos igualmente... porém, pensamos sempre na mesma direção... no amor que nos une... Por isso, hoje quero agradecer a vocês: Juliana, Rafaela e Carolina, pelas filhas maravilhosas que me oportunizaram crescer como Mãe! Aprender com vocês, sentir o amor de vocês é um bálsamo e uma infinita alegria... Me orgulho e admiro imensamente cada uma...

E então, vou lá atrás e trago a lembrança de uma mulher maravilhosa que eu tento passar para minhas filhas, uma mulher que mesmo distante de meu olhar físico me faz muita falta, como também às suas filhas... mas que dentro do meu coração vive cada vez mais forte, nos seus ensinamentos, exemplos, bom humor, vitalidade e jovialidade sempre... Mulher pequena na estatura, mas grande na generosidade, no coração, no acolhimento... Sua casa sempre cheia refletia o perfume de nossa família, o aconchego e a segurança da fé, de que tudo tem jeito, de não desistir nunca, da cultura e da sabedoria do dia-a-dia... Aos domingos todos estávamos lá para o jantar que era sagrado, no real sentido da palavra, momento único de aconchego, de abraços e carinhos, mas acima de tudo de escuta, de olhar para cada um e acompanhar suas belezas e necessidades... Sentávamos sempre à enorme mesa, das suas três grandes salas...

Sua comida, sempre deliciosa, tinha um sabor diferente, porque em seus ingredientes tinha sempre várias pitadas de bom humor, de alegria de viver, de disponibilidade em servir... Seus doces deliciosos junto ao chocolate quente, fumegavam em nossas bocas, e tinham suas mãos registradas na delicadeza de fazê-los... seu bolo de café, a ambrósia e o seu manjar eram suas marcas registradas... sinto seu gosto sempre... não só dos seus doces... mas da doçura do seu ser, com tanta firmeza contida numa mulher... Sempre desprendida da vida, adorava trabalhar e tinha no trabalho sua fonte de juventude... cuidava da casa e dos seus seis filhos, netos e bisnetos, da família. Costurava como ninguém, e em muitos dos meus vestidos sentia seu alinhavo forte... suas mãos bordavam maravilhas em nossos corações, sempre que nos acolhia nos inesquecíveis verões de Grussaí, todos juntos na enorme casa... bem como zelava pelos nossos sonhos... Suas mãos seguravam a todos com linhas mágicas, sejam em suas orações, no seu exemplo e no seu testemunho de vida diária. Ela sempre me chamava por “Elizabeth” e sua voz tinha suavidade e ao mesmo tempo uma energia forte e alegre, e todos nós a ouvíamos com atenção... E hoje, olhando a distância e com maturidade, entendo o porquê meu avô chegou tão longe como pessoa e profissional... Era ela que na retaguarda de tudo, previa, sustentava, alinhavava, dava doçura e firmeza, rumo certo a todos de nossa família. Dagmar é seu nome... minha querida avó... e por isso que sugestivamente pensei neste título... pois para conhecermos as mães, basta conhecermos seus filhos...

E minha mãe Elza, junção perfeita de Everaldo e Dagmar... não só seguiu seus passos, mas alargou seu caminho, abriu muitos horizontes em nossas vidas. Sua mãe foi um exemplo para ela que passa o seu exemplo para frente para nós seus filhos e netos... Pelas mãos da minha mãe, poderia aqui enumerar inúmeras realizações, mas a maior delas, é o perfume que exala, com sua voz sempre serena e firme nos seus ensinamentos, a sua forma de falar com os olhos, seu silêncio que tanto nos diz.

Sua presença é única e constante em nossas vidas, mesmo quando não está fisicamente ao nosso lado, pois o seu SER transcende em nossas almas. Seu sorriso sempre tranqüilo, de quem sempre nos entende, sua intuição tão aguçada, que prevê nossos sentimentos, se antecipando a eles em vários momentos de nossa vida, a tornam mais que especial. Mãe, te admiro muito! Quero sempre poder seguir os teus passos! Por fim, parabenizo a todas as mães, Elzas, Surayas, Marys, Elisas, Marias, Denises, Patrícias, Lilianas, Vandas, Eleonoras, Martas, Reginas, Veras, Divas, Simones que exercem a maternidade sem limite, sem tempo, sem hora, luz que não se apaga quando sopra o vento e a chuva desaba, que se faz água pura, ar puro, puro amor em nossas vidas que se transmite de geração em geração... infinitamente de avó para mãe, de mãe para filhas, de filhas para os filhos... e assim a maternidade vai sucessivamente construindo a sua história de amor sem fim...

Com afeto,

Beth Landim

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