Acessibilidade em Viagens com a Designer de Modas a Cadeirante Michele Simões Abrindo a Boca Para Marco Barcelos
mabamestrado 27/04/2015 18:15
1- Michele Simões após sofrer o acidente automobilístico você ficou paraplégica e seu sonhos de fazer intercâmbios não foram interrompidos. Muitas pessoas acham que o cadeirante não faz viagens longas e você foi ao mundo. Conte suas experiências? As pessoas costumam dizer que sou corajosa, porém sinto medo como todo mundo na hora de viajar, porém procuro me desafiar tdos os dias e vencer o medo é um deles, por isso sempre falo, "vai com medo mesmo"..rs Viajar é uma das melhores experiências que uma pessoa pode ter na vida em minha opinião, estar num outro país, conhecer outras culturas e ainda por cima num país onde a acessibilidade permite que deficientes saiam de casa me fez enxergar o mundo de outra maneira. Por enquanto só conheço 3 países, mas a meta é dar a volta ao mundo...kkkkkk 2- Em suas viagens para o exterior como foi nos aeroportos e nos serviços de viagem, quanto acessibilidade? Nunca tive problemas com aeroportos até hoje, quando chego aos destinos sempre há suporte para entrar ou sair do avião(sem precisar ser carregada), assim como uma pessoa para pegar as bagagens e me acompanhar até a saída do aeroporto e colocar as bagagens no taxi. Os problemas são a partir daí pois na Argentina por exemplo não haviam taxis adaptados e sobrou para o namorido carregar Michele, cadeira, e malas Ja nos EUA e no Canadá foi super tranquilo e ambos tinham taxis adaptados. 3- O blog guia do viajante cadeirante foi feito por você, para as pessoas que tem vontade de conhecer o mundo em cima de uma cadeira de rodas? Este exemplo de vida você acha que tem estimulado as pessoas a irem à luta para alcançar os seus objetivos? sim, o blog tem como proposta motivar outros deficientes a saírem de casa; tento fazer isso através de posts, vídeos e textos durante e depois das viagens, assim elas acabam viajando junto comigo! Não sei se isso estimula as pessoas a correrem atrás de seus mas acredito que muitos sentem-se encorajados a experimentar a vida de outras maneiras que a sociedade acredita não ser possível para esse público. 4- O nosso país existe várias leis para nós deficientes, faltam ser cumpridas. Não está na hora de ocuparmos mais cadeiras na política e lutar para nossa classe que está abandonada? Acredito que ainda temos um longo caminho a ser percorrido, tanto pelos políticos como pelos próprios deficientes, somos uma minoria que tem sua capacidade definida por aqueles que em sua maioria não são deficientes, portanto concordo que deveríamos ter mais representantes sim, mas não apenas na política, acredito em ações diárias, em pessoas que tentam mudar as coisas em seu cotidiano, acredito na velha frase de cada um fazendo sua parte, já conseguiríamos ir bem longe! 5- Michele, os países que você conheceu de que forma é tratado um deficiente, e como é acessibilidade? Posso dizer que Buenos Aires não foi uma experiência boa, calçadas esburacadas, taxis sem acesso e total descaso com os deficientes resumiram a minha viagem em 2010. Ja Canadá e EUA foi uma grande surpresa, a começar pelo numero de cadeirantes que transitam pelas ruas, o cuidado com as ruas e os transportes onde não tive problema algum desde metro, taxi e ônibus, até a forma como a deficiência é encarada la fora. Posso resumir tudo em uma palavra RESPEITO, aquela mania de PENA passa longe dos americanos e dos canadenses e a ideia de PREFERENCIA como inclusão passou longe da política deles, é simplesmente fantástico! 6- São Paulo é a maior cidade do país, com as melhores universidades com tecnologia de ponta. Na sua opinião como moradora de São Paulo você acha que também é referência para pessoas com deficiência? Acho que estamos caminhando para um dia chegar la, mas SP esta longe de ser referencia em acessibilidade, pelo menos na minha opinião depois de conhecer projetos que realmente funcionam! Obrigada pelo interesse no projeto do Guia do Viajante Cadeirante foto de michele

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