Câmara aprova projeto que dá poder aos superintendentes e subsecretários
Alexandre Bastos 20/04/2015 11:54

A Câmara de Campos aprovou na manhã desta segunda-feira (20), em primeiro turno, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município nº 0067/2015, que dá aos secretários municipais o poder de delegar  a ordenação de despesas aos subsecretários ou cargos equivalentes (superintendentes e diretores).

Oposição votou contra - Na tribuna, os cinco vereadores da bancada de oposição se posicionaram contra a aprovação. "Primeiro a prefeita entregou as chaves ao Garotinho. Agora, além dos secretários, os subsecretários e cargos equivalentes também serão ordenadores de despesas. Ou seja, esses 'cargos equivalentes' vão ficar responsáveis por movimentações, em muitos casos, de cifras milionárias", disse Marcão.

"Isso vai gerar uma briga feia" - Sem meias palavras, o vereador José Carlos (PSDC) disse que o projeto é "uma sacanagem". "Quer saber o que eu penso? É uma sacanagem. Fizeram uma reforma e colocaram secretários como responsáveis por diversas superintendências, mas não vão dar poder. Ou seja, os superintendentes vão continuar com a caneta. E ainda vamos ter subsecretários fictícios. Que mudança é essa, se os ex-secretários vão continuar com a caneta, manuseando os recursos? Pode anotar, isso vai gerar um choque entre esses superintendentes e os secretários. Nos bastidores a briga já começou", disparou José Carlos.

Rafael Diniz: "Esse município não é a casa dos Garotinhos" - Para o vereador Rafael Diniz (PPS), o município merece mais respeito. "Estamos vendo um grupo fazer modificações por decreto, como foi no caso da mudança do organograma. Agora, fazem outras modificações para dar poder aos 'subsecretários e cargos equivalentes'. Eles vão mudando sem dar grandes satisfações e ainda falam em transparência. É bom avisar que esse município não é a casa dos Garotinhos. Nossa cidade tem história e merece respeito", frisou.

Líder do governo fala em "descentralização do poder" - O vereador Mauro Silva (PT do B), líder do governo na Câmara, criticou o posicionamento da oposição. Segundo o líder, a proposta é um sinal de modernidade. "A Prefeitura de Curitiba, apontada em todo o país como um modelo a ser seguido, dá poder aos subsecretários, diretores e superintendentes desde o ano de 2005. Trata-se de uma proposta para descentralizar o poder e dar mais celeridade aos trabalhos da Prefeitura. Todos os profissionais estão capacitados. Além disso, cabe lembrar novamente que a reforma administrativa vai gerar uma economia anual de R$ 14 milhões", afirmou.

Quem tem coragem? - Nos bastidores, uma ala "independente" da bancada governista chegou a cogitar uma manobra para travar a votação do projeto. Porém, mais uma vez, os rosáceos compareceram e votaram em silêncio.

Ausências - Além do vereador Paulo Hirano (PR), de licença médica, os vereadores Alexandre Tadeu (PRB) e Neném (PTB) não participaram da sessão.

Rosinha enxugou secretarias e criou 20 superintendências - Na última sexta-feira (17) o blog publicou (aqui) o novo organograma da Prefeitura. Por um lado, a prefeita Rosinha Garotinho (PR) enxugou as secretarias, mas por outro criou 20 superintendências, que deverão ser ocupadas por ex-secretários e ex-presidentes de Fundações. Agora, com a aprovação do projeto nesta segunda-feira, fica nítido que os ex-secretários perderam as pastas, mas continuam com suas respectivas canetas.

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