Dilma chegou ao ‘fundo do poço’ e não deve afundar mais, diz diretor do Datafolha
Alexandre Bastos 14/04/2015 18:56
[caption id="attachment_32549" align="aligncenter" width="286"] Para Mauro Paulino, manifestantes podem ser enquadrados em dois grandes grupos: "refratários" e "frustrados"[/caption]

A presidenta Dilma Rousseff (PT) já bateu no fundo do poço e, ao que tudo indica, não afundará mais. A avaliação é do diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino. Para ele, a redução no número de manifestantes nas ruas no último domingo (12), em comparação com os protestos de 15 de março, indica que a rejeição à presidenta estancou, mas não confirma que o cenário melhorou para o PT. Com base em pesquisa feita pelo instituto, Paulino afirma que a crise do governo atinge até o ex-presidente Lula. “Dessa vez Lula não saiu incólume”, declarou o diretor do Datafolha em entrevista ao Valor Econômico.

Paulino cita simulação feita pelo instituto que mostra que o ex-presidente petista perderia hoje para o tucano Aécio Neves em uma eventual disputa presidencial: 29% a 33%. Ele também destaca que tem diminuído a cada pesquisa o percentual de brasileiros que consideram o petista o melhor presidente da história do país. “Essa taxa já chegou a mais de 70%, em 2010, e vem caindo. Agora está em 50%”, observa.

O diretor do Datafolha acredita que a iniciativa de ir às ruas para protestar é mais emocional do que racional. “É mais um sentimento de raiva”, avalia. Ele entende que os manifestantes se dividem em dois grandes grupos: os “refratários”, que não votaram na petista, não se conformam com a derrota e rejeitam fortemente o governo, e os “frustrados”, que se arrependeram de ter votado em Dilma pelo não cumprimento de promessas de campanha.

Mauro Paulino ressalta que há uma “forte dose de desinformação” entre os manifestantes. Segundo o Datafolha, apenas 12% dos apoiadores do impeachment de Dilma sabem que seu sucessor, em um eventual processo de perda de mandato, seria o vice-presidente, Michel Temer (PMDB). Para ele, as manifestações de 15 de março tiveram um ingrediente a mais como motivador para levar às ruas mais de 2 milhões de pessoas, segundo as polícias militares: o pronunciamento de Dilma uma semana antes, no Dia Internacional da Mulher. Enquanto a presidenta discursava em cadeia de rádio e TV, em diversas capitais brasileiras manifestantes protestavam com um panelaço.

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