Ponto final — Quem tem medo do rombo?
Alexandre Bastos 08/04/2015 11:21

Quem tem medo do rombo?

Afinal de contas, quem tem medo do “rombo” de R$ 110 milhões auditado pelo governo Rosinha Garotinho (PR), em 2013, e gerado durante sua primeira administração municipal, entre 2009 e 2012? Inicialmente, os aliados do governo rosáceo tentaram jogar o rombo no colo dos ex-prefeitos Alexandre Mocaiber (PSB) e Arnaldo Vianna (PDT). Depois, o secretário de Governo Anthony Garotinho (PR) passou essa “batata quente” para o próprio irmão, o ex-vereador Nelson Nahim (PSD), que rebateu com um desafio. “Quero que ele (Garotinho) vá além das palavras e prove que eu fiz ou autorizei algo”.

Quem é o dono?

Para tentar achar o dono do “rombo”, que gerou um prejuízo milionário aos cofres públicos, o vereador Marcão (PT) sugeriu, durante a sessão de ontem, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para desvendar os mistérios das “tenebrosas transações”. Já que o governo garante que não tem dedo rosáceo no rombo, por que os vereadores governistas não topam iniciar uma investigação para ouvir membros dos governos passados, o ex-secretário Francisco Esqueff e o ex-vereador Nelson Nahim? Após a acusação do irmão, Nelson Nahim já avisou que seria um prazer comentar sobre os bastidores da Prefeitura e os segredos do cofre.

Pagou caro

Em entrevista à Folha, o especialista em Gestão Pública, Felipe Quintanilha, já destacou que o relatório da auditoria aponta diversas aplicações financeiras de recursos da Administração Direta, Indireta e da Previcampos. “Não foram só recursos do fundo de previdência, recursos do dia a dia da Prefeitura também foram aplicados no mercado financeiro por meio de corretoras declaradas inidôneas por Tribunais de Contas do país, ou de solidez e credibilidade extremamente duvidosas, e para piorar, segundo o próprio relatório, as compras dos títulos públicos se deram com flagrante sobrepreço”.

O preço do rombo

Nos últimos anos, antes da crise e da eleição de 2014, a Prefeitura de Campos parecia uma socialite emergente e deslumbrada. Construiu o maior palco da América Latina no Cepop, gastou milhões com shows e ainda usou dinheiro público para fazer aplicações arriscadas no mercado financeiro. Para se ter uma ideia do valor do “rombo”, Prefeituras de municípios como Cardoso Moreira, Italva e Itaocara contam com orçamentos anuais em torno de R$ 50 milhões. Já a Prefeitura de Campos perdeu R$ 110 milhões e, até agora, não sabemos o que foi feito para reaver esta fortuna.

Publicado hoje (08) na Folha 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Alexandre Bastos

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS