PT deve se manifestar ainda hoje sobre prisão de Vaccari, diz Humberto Costa
Arnaldo Neto 15/04/2015 13:44
[caption id="attachment_1864" align="alignleft" width="300"]Senador Humberto Costa - José Cruz/Agência Brasil Senador Humberto Costa - José Cruz/Agência Brasil[/caption] O senador Humberto Costa (PT-PE) informou, hoje (15) que a Executiva Nacional deverá se manifestar ainda hoje (15), por meio de nota sobre a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. No entanto, o parlamentar preferiu não entrar no mérito do assunto. A Executiva do partido tem reunião marcada para a sexta-feira (17). Vaccari é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com base em depoimentos de delatores da Operação Lava Jato que acusam o tesoureiro de intermediar doações de propina em contratos com fornecedores da Petrobras para financiar campanhas políticas. O tesoureiro negou as acusações durante depoimento à CPI da Petrobras, que investiga denúncias de irregularidades envolvendo a estatal, e antecipou, na ocasião, que não renunciaria ao cargo e transferiu à diretoria do partido a decisão sobre o assunto. O deputado Afonso Florence (PT-BA), membro da comissão de inquérito, também foi cauteloso e evitou avaliar a situação tecnicamente. “Do ponto de vista partidário vejo com reserva e naturalidade. Reserva porque penso nas famílias. O réu está dizendo que é inocente. Tem que transitar em julgado. E vejo com naturalidade porque tem tanta gente sendo envolvida na operação que ele não é o primeiro nem será o último a ser preso”. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também evitou comentar o caso e limitou-se a afirmar que a situação está sendo tratada pelo Judiciário. “Não cabe a mim comentar. Cabe lamentar”, disse. O vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que foi autor do requerimento de convocação que levou o tesoureiro a depor no colegiado, classificou a situação do PT como desagradável. “É constrangedor para o partido que passa a conviver com o segundo tesoureiro nessa situação que é pior que a de réu. Quando o Ministério Público pede a prisão de alguém como Vaccari significa que tem indícios”, avaliou ao citar o envolvimento de Delúbio Soares, também tesoureiro do partido, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no processo do Mensalão. O parlamentar disse que a CPI agora acompanhará o depoimento de Vaccari à Polícia Federal para avaliar novas medidas. “O que importa agora é que o tesoureiro esclareça [os motivos pelos quais foi preso]. No depoimento na CPI ele não foi convincente, não conseguiu passar confiança nas respostas”. Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), a prisão do tesoureiro “comprova que o PT está envolvido no esquema de desvio de recursos da Petrobras”. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que a prisão “desmantela totalmente discurso do Partido dos Trabalhadores de que todas as doações recebidas para campanhas eleitorais, especialmente da presidente Dilma Rousseff, foram legais e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”. Aécio Neves — O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, comentou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nesta quarta-feira. O parlamentar afirmou que o partido virou refém do medo de tirar Vaccari do partido: — Hoje eu reitero a mesma pergunta que eu fiz à presidente Dilma nos últimos debates (da campanha eleitoral). Presidente, a senhora continua confiando no tesoureiro do seu partido que hoje está preso? O que mais me chama atenção é que o PT se fragilizou tanto que virou refém do medo de tirar Vaccari do partido. A história vai registrar que, pela primeira vez, o tesoureiro do partido que governa o país está preso. Será que ele vai continuar despachando da prisão? - disse Aécio ao chegar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. AGBR/O Globo

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