O presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Amaro Ribeiro Gomes, classificou como “assalto” a pretensão da Ampla de solicitar um reajuste tarifário nas contas de luz de 56,05%. O pedido, feito à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terá que ser aprovado pelos conselheiros da agência reguladora na reunião da próxima terça-feira (10), em Brasília. Na será quando será batido o martelo sobre o percentual de reajuste que será aplicado a partir de 15 de março. Para as outras concessionárias do país, o aumento médio da revisão tarifária nas contas de luz será de 23,4%. No Rio, clientes da Light vão arcar, agora, com uma correção de 22,5%.

Segundo a Aneel, hoje, a tarifa residencial da Ampla custa R$ 0,38931 por quilowatt-hora (kWh) e não contempla tributos e outros cálculos que fazem parte da conta de luz, como a taxa de iluminação pública. Se o reajuste de 56,05% for aceito, a tarifa subirá para R$ 0,60449 por kWh. Assim, na casa de uma família que gasta, em média, 100kWh por mês, a conta subiria de R$ 38,93 para R$ 60,44.

Para Ribeiro Gomes, o governo deveria impedir que o reajuste seja concedido, já que a população já está bastante sacrificada com tantos aumentos. “Além de ser mais um assalto ao bolso do consumidor, o país passa por uma grave crise, com recessão, inflação e desemprego. Um reajuste de 56,05% vai sacrificar ainda mais o comércio e a indústria num momento de crise. É a classe produtora deste país sendo penalizada mais uma vez”, apontou o presidente da Acic.

Ribeiro Gomes também aproveitou para criticar os serviços prestados pela concessionária em Campos. “Cadê a energia? Quantos piques de energia tivemos este ano em Campos, prejudicando o comércio e a indústria? Para realizar qualquer serviço de reparo, temos que ligar para Niterói, para solucionar um problema em Campos. Isso sem falar na demora para os funcionários da empresa chegarem ao local. Na próxima semana, a Acic vai se reunir com a direção da Ampla para reivindicar, entre outras coisas, a instalação de um call center em Campos, já que a agência da empresa na cidade não resolve nada”, destacou Ribeiro Gomes.

Se o reajuste de 56,05% for atendido, a tarifa vai atingir 2,5 milhões de unidades consumidoras de 66 municípios fluminenses.

Governo passa pente fino na Tarifa Social

Para conter a inflação e controlar os gastos do setor elétrico, o governo decidiu passar um pente fino no programa Tarifa Social. no. Com isso, cerca de 5 milhões de famílias podem perder o desconto na conta de luz concedido pelo programa, caso elas deixem de fazer a atualização cadastral. Esse número representa 38% dos 13,1 milhões de beneficiados em dezembro de 2014.

Pelas regras atuais, perde o benefício quem tiver o Cadastro Único desatualizado há mais de dois anos ou não atender aos critérios de renda. Segundo a Aneel, pelo menos 5,8 milhões de famílias foram informadas por carta que precisam atualizar o cadastro para comprovar que ainda se enquadram no benefício.

De acordo com a agência, caso determinada família venha a perder o benefício, pode solicitar nova concessão para a distribuidora e terá o benefício restabelecido se voltar a atender aos critérios estabelecidos pela Lei nº 12.212, de 2010.

R.W.
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