Crise do Petróleo em Campos é história pra boi dormir
lucianaportinho 08/03/2015 20:22
Querem saber? Não passa disto. Basta um só exemplo na área da Cultura municipal. Na semana que se encerrou, o jornal Folha da Manhã, trouxe na capa da Folha Dois, no dia 05/03, matéria sobre a "suspensão do atendimento ao público por tempo indeterminado" no Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, sediado no Solar do Colégio. Notório é que há exatos 6 anos o Arquivo Público Municipal (APM) não recebe dos cofres municipais qualquer investimento que assim possa ser chamado. Pelo contrário, no afã de mostrar à opinião pública campista do grande interesse com a Cultura, terminaram (fizeram o projeto pelo meio, mas, reconheço, pelo menos terminaram o principal) as obras de restauração da antiga sede da Biblioteca Municipal - que também fora a sede da prefeitura e ainda a sede dos Bombeiros -, e instalaram o Museu Histórico de Campos, na Praça São Salvador. Por debaixo dos panos (aí é que foi evidenciado o desprezo com a cultura local), esvaziaram todos os demais órgãos que compunham o aparato cultural municipal. Para abrir de qualquer jeito o Museu Histórico, a prefeitura de Campos canibalizou todos os demais. De cada um transferiu o seu acervo, esvaziando-os em suas finalidades. Me refiro ao mobiliário da Biblioteca Municipal Nilo Peçanha, às obras de artes plásticas que constam (ao menos constavam) do patrimônio restaurado e devidamente arrolado da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, às tantas outras peças do Museu Olavo Cardoso (como, por exemplo, o conjunto do Museu da Ferrovia),  à equipe de servidores e técnicos do Arquivo Público Municipal. Abriram o Museu Histórico e fecharam o Museu Olavo Cardoso ( que por falta de funcionalidade e abandono está lá escorado, desmoronando). Abriram o Museu Histórico e deixaram de mão o órgão mais técnico, menos político, do setor cultural local: o Arquivo Público Municipal. Agora, querem vir com esse discurso Ctrl c Ctrl v de que a queda na arrecadação dos royalties é a vilã. Ora, como, se rolaram (e rolam) por anos os royalties bilionários sem que a população pudesse perceber o seu investimento em bem estar social? Senti sincero constrangimento ao ler na matéria, a explicação do respeitável museólogo e diretor Carlos Freitas: "Tem que combinar comigo. Se uma pessoa vem de emergência, a gente atende. As pessoas têm que combinar para fazer a pesquisa porque, em alguns documentos, apenas eu mexo, senão pode complicar a arrumação", explicou Freitas. ???? Para uma instituição voltada à memória e à pesquisa que já contou com dois museólogos, um arquivista, alguns historiadores, quase duas dezenas de estagiários em convênio com a UENF, Fenorte e Uniflu, pessoal de apoio, segurança, jardinagem e limpeza, é der dar dó. Inclusive dó do próprio diretor, jogado às feras ao ter que se espremer neste tipo de esclarecimento. Inventem outra desculpa de ocasião; quem sabe cola?! [caption id="attachment_8796" align="aligncenter" width="410"]museu olavo ft folha Foto Folha da Manhã[/caption]   [caption id="attachment_8798" align="aligncenter" width="410"]apm genilson pessanha Ft. Genilson Pessanha[/caption]        

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