Câmara: redução das cadeiras é voz das ruas ou manobra?
Alexandre Bastos 18/03/2015 11:41

“Jogo para a galera?" (I)

O vice-presidente da Câmara de Campos, vereador Thiago Virgílio (PTC), apresentou durante a sessão de ontem (17) uma proposta que pretende reduzir de 25 para 17 o número de vereadores na terra goitacá. Atualmente, com cada vereador custando cerca de R$ 100 mil por mês, seria uma baita economia. Além dos vereadores, a mudança incluiria também o corte de pelo menos 40 assessorias. Com o corte, a Câmara economizaria com telefone, passagens aéreas, água, luz, cartuchos para impressoras e lanche, por exemplo. Segundo Virgílio, a ideia é ouvir "a voz das ruas".

“Jogo para a galera?" (II)

Porém, quem conhece os bastidores da política sabe que o debate sobre a “voz das ruas” na Câmara pode ser uma estratégia para desviar o foco da Prefeitura, que sofre o maior desgaste dos últimos anos, mesmo com um orçamento de R$ 2,5 bilhões em 2014, que até hoje ninguém explicou como acabou e o governo ainda precisou de um "cheque especial". A tática do líder seria esticar o debate sobre o corte das cadeiras, tirar um pouco o foco da Prefeitura e, lá na frente, manter tudo como está.

Carnaval fora de época

Um mês após o Carnaval oficial, a Prefeitura de Campos já começa a se preparar para realizar o seu Carnaval fora de época, no Cepop. Mesmo em tempos de crise, o evento será realizado entre os dias 1º e 3 de maio. Para amenizar os gastos, a Prefeitura quer contar com patrocínios de empresas privadas, assim como ocorreu com o Verão da Família. Mas é bom lembrar que, até agora, o governo municipal não informou os valores arrecadados com os patrocínios do verão. Só com cachês nacionais a nossa “pobre” Prefeitura gastou R$ 1,3 milhão.

Voz das ruas

Pesquisa realizada pelo instituto PRO4 no final do ano passado mostrou que o Campos Folia não empolga muito a população. Ao todo, 59,2% dos entrevistados opinaram pelo fim da folia fora de época. Outros 30,3% defenderam a manutenção do evento e 10,6 % não souberam ou não responderam. No ano passado, somente com as escolas e blocos de Campos, escolas e shows nacionais, os gastos ficaram em torno de R$ 1,5 milhão. Isso sem contar iluminação, som, buffet e telões. Será que, nesses dias difíceis, vão aparecer empresários dispostos a bancar a festa?

Publicado hoje na Folha da Manhã

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Alexandre Bastos

    [email protected]

    BLOGS - MAIS LIDAS