Leitura de domingo: Economia de corrida
Marcos Almeida 22/02/2015 09:19
[caption id="attachment_24980" align="aligncenter" width="699"]Mo Farah em ação Mo Farah em ação[/caption]

Este artigo, originalmente intitulado "Factors Affecting Running Economy in Trained Distance Runners", ou, "Fatores que afetam a economia de corrida em corredores de distância treinados", discorre sobre a economia de corrida (que é colocado no artigo com a terminologia RE), que tem como definição o conjunto de fatores fisiológicos e mecânicos que facilitam a performance de um corredor.

Abaixo, um breve fichamento sobre o artigo em questão, com interessantes conclusões ou supostas conclusões, dentre elas que o treinamento em ambiente quente é uma intervenção que tem potencial para melhorar RE em corredores de longa distância (maravilha).

Para o pessoal que tem corrido provas em outros países, e normalmente quando escolhem o fator temperatura (baixa) vem em primeiro lugar, em busca de bons tempos, uma ótima notícia, visto o nosso forno de cada dia. Vamos ao fichamento.

Boa leitura e bons treinos!

Introdução

A economia de corrida (RE) é normalmente definida como a demanda de energia para uma dada velocidade de corrida submáxima, e é determinado pela medição do consumo de estado estacionário de oxigênio (VO2) e da relação de troca respiratória.

Em síntese, os corredores com boa RE usam menos energia e, portanto, menos oxigênio do que os corredores com pobre RE com a mesma velocidade. Existe uma forte associação entre RE e performance na corrida à distância, com RE sendo um melhor preditor do desempenho de consumo máximo de oxigênio (V O2max) em corredores de elite que têm um semelhante V O2max.

Uma série de fatores fisiológicos e biomecânicos parecem influenciar RE em corredores altamente treinados ou de elite. Estes incluem adaptações metabólicas dentro do músculo, como o aumento das mitocôndrias e enzimas oxidativas, a capacidade dos músculos para armazenar e liberar energia elástica, aumentando a rigidez dos músculos, e mecânicas mais eficientes levando a menos desperdício de energia nas forças de frenagem e oscilação vertical.

Intervenções para melhorar a RE são constantemente procurado por atletas, técnicos e cientistas do esporte. Duas intervenções que têm recebido atenção recente generalizada são treinamento de força e treinamento de altitude.

O treinamento de força permite aos músculos utilizar a energia mais elástica e reduzir a quantidade de energia desperdiçada nas forças de frenagem. Já a exposição à altitude aumenta aspectos metabólicos discretos do músculo esquelético, o que facilita o uso mais eficiente de oxigénio.

A importância do RE para o sucesso da corrida de longa distância é bem estabelecida, e pesquisas futuras devem centrar-se na identificação de métodos para melhorar a RE. Intervenções que são facilmente incorporados em treinamento de um atleta são desejáveis.

Conclusões e perspectivas futuras

RE foi pesquisado extensivamente nas últimas 4-5 décadas e é considerado um fator crítico para o desempenho de corredores de elite e distância.

Os fatores que influenciam RE incluem VE, cTemp, metabolismo muscular, tipo de fibras musculares, a composição corporal, técnica de corrida, GRF, rigidez muscular, e armazenamento e retorno de energia elástica.

Embora RE foi pesquisado extensivamente, ainda existem relativamente poucas intervenções documentados que foram mostrados para melhorar o RE de corredores de elite distância.

O treinamento de força explosiva foi relatado para melhorar RE em corredores moderadamente treinados de longa distância. Treinamento na altitude ou até mesmo dormir em altitude tem demonstrado bons resultados.

Tanto o uso de treinamento de resistência e exposição altitude parecem ter potencial na melhoria da RE de corredores de elite, mas mais pesquisas nessa área ainda são necessárias.

O treinamento em ambiente quente é uma outra intervenção que tem o potencial para melhorar RE em corredores de longa distância, mas novamente estudos de intervenção olhando para o efeito do treinamento no calor em RE são limitados, e é necessária mais investigação nesta área.

Tendo em conta que o treinamento de resistência bem concebido, treinamento em altitude moderada e treinamento em condições quentes têm outros benefícios além do potencial para melhorar RE, parece sensato para os corredores de empregar esses métodos de treinamento, sempre que possível.

 Fonte: artigo original, aqui.

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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