Câmara aprova "corte na carne" e "remédio amargo"
Alexandre Bastos 25/02/2015 21:54

A Câmara de Campos aprovou na noite desta quarta-feira (25) diversos projetos enviados pela prefeita Rosinha Garotinho (PR). Na segunda parte do "corte na carne", o Legislativo aprovou um projeto que autoriza o governo municipal a, mediante decreto, "dispor sobre fusão, incorporação, transformação e extinção de órgãos ou entidades da Administração Pública Direta e Indireta, além da redução dos respectivos cargos, empregos e funções". Mas o pacote não contou só com "corte na carne". Em seus discursos, os aliados da prefeita também falaram em um "remédio amargo". Eles se referiam aos projetos que cortaram parte das gratificações concedidas aos servidores. "Ninguém gostaria de estar tomando este tipo de posição, mas em um momento de dificuldade, tendo em vista a queda de arrecadação, é preciso usar um remédio amargo", explicou o vereador Mauro Silva (PT do B).

Durante a votação das matérias, oposicionistas e governistas travaram mais um duelo no Legislativo. Para os oposicionistas, faltou transparência na discussão sobre o "corte na carne". "Optamos pela abstenção na votação sobre a redução das secretarias porque o governo não informou nada sobre o tamanho deste corte. Não sabemos quantas secretarias e cargos comissionados serão extintos", disse o vereador Marcão (PT).

Na tribuna, o vereador Mauro Silva defendeu o governo e garantiu que a máquina está sendo enxugada. "A oposição consegue ver problema até no corte que ela mesma defendia. Quem entende? Mas o fato é que o governo está se adequando a uma nova realidade e vai reduzir o número de secretarias e cargos de confiança", disse Mauro.

Para a bancada de oposição, os servidores foram os mais prejudicados com o "pacote econômico". "Temos em Campos um governo que não valoriza os servidores. E agora, para completar, este governo ainda vai cortar parte das gratificações. É um absurdo o que estão fazendo", disse o vereador Rafael Diniz (PPS), lembrando que as gratificações dos médicos que atuam nas emergências também irão sofrer cortes.

Segundo o vereador Mauro Silva, os oposicionistas transformam a crise em "palanque político". "A crítica pela crítica não leva ninguém a lugar algum. Se discordam de algo, que apresentem alternativas. O que não podemos é acompanhar uma tentativa de antecipar o debate eleitoral, sobretudo neste momento em que a cidade precisa da união de todos", disse Mauro.

Mais informações na edição de amanhã (26) da Folha 

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