Eduardo Cunha eleito presidente da Câmara Federal
Alexandre Bastos 01/02/2015 20:34

O candidato do PMDB à Presidência da Câmara Federal, Eduardo Cunha (RJ), ganhou a eleição em primeiro turno na Casa, com 267 votos. O petista Arlindo Chinaglia (PT-SP) obteve 136 votos; seguido por Júlio Delgado (PSB-MG), com 100 votos; e Chico Alencar (PSOL-RJ), com 8. Dois parlamentares votaram em branco.

O resultado surpreendeu o Palácio do Planalto, cuja contabilidade indicava que a disputa terminaria em segundo turno, quando seu candidato, Arlindo Chinaglia (PT-SP), poderia virar o jogo.

O resultado da eleição é sintomático para o PT. Além de não ter conseguido emplacar Chinaglia, o principal partido de sustentação do governo Dilma terminou a eleição sem nenhum cargo na Mesa Diretora da Casa. Na tentativa de angariar votos em favor de Chinaglia, os petistas abriram mão de lançar candidatos para os postos administrativos da Câmara. A sigla teria direito a indicar nomes para a 2ª vice-presidência, que cuida, por exemplo, do ressarcimento de despesas médicas de parlamentares, e a para 2ª secretaria, responsável pelos passaportes diplomáticos dos deputados.

Um dos mais hábeis negociadores políticos em atividade do Congresso Nacional, Cunha está no quarto mandato e liderou até a véspera a poderosa bancada do PMDB. Com ótimo trânsito no chamado “baixo clero” da Casa – deputados sem grande expressão –, ele capitaneou uma série de rebeliões na base governista durante o primeiro mandato dada a capacidade de aglutinar forças independentemente da coloração partidária. Não é exagero afirmar que nenhum projeto relevante foi aprovado no primeiro mandato de Dilma sem que ele estivesse na mesa de negociação. Agora, seu cacife cresce ainda mais.

Clarissa: "Câmara vai se transformar na casa do varejo" - Quem não viu com bons olhos a vitória de Eduardo Cunha foi a deputada Clarissa Garotinho (PR), que logo em seu primeiro dia como deputada federal teve que ver o a conquista de Cunha, ex-aliado e agora desafeto da família Garotinho. Em recente entrevista, Clarissa revelou que apoiaria o petista Arlindo Chinaglia e disse que se o Eduardo Cunha fosse eleito "o mensalão será fichinha". Segundo Clarissa, com Cunha no comando a "Câmara vai se transformar na casa do varejo, porque os interesses individuais vão prevalecer".

Atualização às 9h30 - Inclusão de informações e correções 

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