Qualquer noite dessas
lucianaportinho 01/01/2015 22:04
Quando chegar a maré cheia
vou pegar 
uma daquelas pranchas de areia
e vou embora ...
Vou matar todas as saudades
vou para minha Campos dos Goytacazes,
vou com todas as velas enfunadas,
descer na Rua da Jaca
e ouvir histórias de lobisomem
contadas por José Cândido,
vou ver a lua seresteira
acender suas velas
nas margens da grande curva.
Quero ver tudo!
Ver Atafona afogada na areia
soltando o vento leste,
quero ouvir o murmúrio do canavial
e o gemido das velhas catanas,
vou procurar aqueles objetos perdidos
que deixei no fundo do meu quintal
deixa chegar a maré cheia!
Vou pegar uma daquelas pranchas de areia
e vou me embora...
Vou para a minha Campos do Goytacazes
Antonio Carlos Pereira Pinto
( Encontrei este poema, sem data, remexendo nos papéis. Bonito, de um tempo remoto, em uma dessas viradas do calendário que inventamos para nos lembrar da dimensão real. Tempo menos fornalha, do céu mais camarada, das velas levadas pelo vento em dias de água no Paraíba do Sul.)
[caption id="attachment_8623" align="aligncenter" width="400"]barco_rvermelho Ft. Globo. G1[/caption]

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