Retrato de Um Município.
Nino Bellieny 21/01/2015 09:46
Itaperuna/Flash-Blog: O NBB traz de volta uma matéria postada em 20/08/2014- época em que o blog estava hospedado em outro endereço- E, infelizmente, totalmente atual. Nada ainda mudou. Há aproximadamente 8 anos, em uma festa de 10 de Maio, anunciou-se com pompa e circunstância,  o início de uma esperada obra. A construção da Estrada do Contorno, tirando o tráfego pesado da área urbana, formando um arco rodoviário, deixando a BR-356 passar ao largo da mancha habitacional. O homem engravatado disse que as máquinas já estavam a postos, os recursos alocados e que no dia seguinte ao seu discurso, começaria o novo traçado ao redor da cidade. Os anos se passaram e até agora, o que se nota é um trânsito maior e mais lento, perigoso e provedor  de números fatídicos  para uma estatística gulosa. Caminhões pesados a danificarem o piso asfáltico, constantemente remendado. Cargas tóxicas e/ou explosivas, oferecendo consequências trágicas em caso de um acidente de grandes proporções, continuam a passar pelo centro, cortando todo o trajeto urbano ao lado de automóveis, ônibus escolares, motociclistas e pedestres. Um dia sem vítimas nesse trânsito lento e letal,  é um dia raro nos noticiários de tv, rádio e blogs. Nos gabinetes governamentais, em algum arquivo-morto deve estar a planta com o Arco Rodoviário de Itaperuna a espera de mãos que o ressuscitem. Ao lado de outras promessas engavetadas, daquelas motivadoras de milhares de votos, elegendo alguém e depois, retornando para os subterrâneos, até serem reviradas em uma outra campanha política e assim sucessivamente. O PROJETO O Arco Rodoviário teria cerca de 12 km. Um estudo ambiental já foi preparado, assim como levantamento arqueológico.O projeto é do Ministério dos Transportes e a execução do DNIT- Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, com recursos garantidos pelo Governo Federal e participação da Prefeitura. O que, realmente, ainda falta? Porque não começaram as obras?

VÉRTICE SUDESTE* Polo universitário, maior bacia leiteira do Estado do Rio, tronco viário entre Minas Gerais e o Espírito Santo, Itaperuna, mesmo não tendo representantes locais nos altos escalões da política nacional, atravessa um momento de crescimento empresarial, dado às características geográficas, aproximando-a dos portos do Açu em São João da Barra-, do Complexo da Barra do Furado, entre Campos-Quissamã e do Complexo Petrolífero de Macaé, dentro do Rio. Saindo de Minas, o mineroduto, o possível novo traçado ferroviário e o crescente surto de desenvolvimento de Muriaé, cidade-polo da Zona da Mata. Em relação ao Espírito Santo, o porto de Presidente Kennedy e outras iniciativas petrolíferas no litoral. Ingredientes de uma receita onde o nível universitário itaperunense se encaixa perfeitamente como mão de obra especializada. Para as faculdades locais, acorrem estudantes dos 3 estados, confirmando o ponto estratégico e aumentando o fluxo de pessoas e veículos. * Vértice Sudeste: Expressão criada por Luis Adriano Silva MOMENTO HISTÓRICO É o melhor momento para a construção imediata do Arco Rodoviário, aliviando a pressão interna e trazendo mobilidade para os usuários da BR-356, além da desconcentração imobiliária, carente de espaços como os que ficarão disponíveis às margens do Arco Rodoviário. Novos bairros, novos centros comerciais, a cidade podendo se expandir. O AEROPORTO A cidade possui também outra joia valiosa e subutilizada. Pista perfeita, localizada em área de ventos adequados, com uma rica história de companhias áreas que, durante anos se utilizaram das condições favoráveis, interligando Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, Campos e Rio de Janeiro. Hoje, o panorama é de espera. Empresários itaperunenses necessitados de constante contato e decisões a serem tomadas nos grandes centros não podem contar com o aeroporto. Do mesmo modo, gente disposta a investir na região, não tem tempo nem disposição para enfrentar longas e perigosas estradas. E a bela pista, silenciosa, se estende como uma faixa de luto sobre a terra.

FICA CLARO A cidade de Itaperuna se ressente de um conjunto forte de líderes, sejam  estes, políticos  ou econômicos. Individualmente, há uma ou outra estrela, porém, somadas brilhariam muito mais. As vaidades da política interna, abrem espaços para nomes de fora chegarem, levarem votos e nada deixarem. De Terra da Promissão passou a ser Terra das Promessas. Enquanto isso, os ponteiros do progresso não se movem e  grandes oportunidades se perdem.  

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