Após serem criticados por padre, vereadores reclamam para o bispo
José Paes 08/01/2015 15:51

Na pequena Pereira Barreto, cidade do interior paulista com pouco mais de 25 mil habitantes, o discurso de um padre virou tema de votação da Câmara no final do ano passado –e ainda causa polêmica no município.

Em algumas de suas missas na igreja São Francisco Xavier, o padre Max Pelarin Neto chamou os vereadores de corruptos. Em dezembro, a Câmara aprovou uma moção de repúdio contra o religioso. A reação dos parlamentares desagradou parte da população, que organizou até uma carreata na semana passada.

O documento, apresentado por Carlos Alberto de Almeida Salles (PRB) e aprovado por 8 dos 11 vereadores, pede ainda punição de Pelarin ao bispo da diocese de Jales, dom Luiz Demétrio Valetin.

Procurado, Pelarin não quis falar sobre o assunto. Segundo emissoras locais, o padre disse nas missas, citando investigações em curso do Ministério Público contra os políticos, que os "vereadores da cidade são corruptos".

A Promotoria moveu uma ação contra os 11 vereadores e funcionários da Câmara por suspeita de formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculato.

Segundo o Ministério Público, os 11 servidores comissionados da Casa são suspeitos de fraudarem o cartão de ponto, recebendo o salário sem cumprirem carga horária de trabalho. Eles já foram exonerados.

A reportagem não conseguiu falar com os vereadores nem com Salles, mas à Promotoria eles negaram que houvesse irregularidades envolvendo os funcionários.

Na moção, os parlamentares disseram que o discurso do padre foi "calunioso contra os vereadores desta Casa de Leis".

Também procurado pela Folha, o bispo de Jales não foi encontrado. Um funcionário da diocese disse que ele está de férias, porém, confirmou o recebimento da moção movida pela Câmara.

Fonte: Folha de São Paulo

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