‘Petróleo nunca mais retornará aos US$ 100’, diz príncipe saudita
Alexandre Bastos 13/01/2015 01:41
[caption id="attachment_30253" align="aligncenter" width="546"] O príncipe saudita Alwaleed bin Talal - Waseem Obaidi / Bloomberg[/caption]

Os dias do petróleo a US$ 100 podem ter acabado para sempre. Pelo menos é o que acredita o príncipe saudita Alwaleed bin Talal sobre a commodity, cujo preço do barril caiu a US$ 46 ontem (12) pela primeira vez desde março de 2009, segundo o site CNNMoney. O conhecido investidor bilionário disse, recentemente, ao “USA Today” acreditar que “nunca” veremos novamente o preço do barril de petróleo a US$ 100. “Há menos demanda e excesso de oferta. E essa é a receita para a quebra (do preço) do petróleo. Foi o que aconteceu”, disse Alwaleed ao jornal.

O príncipe se espelhou na declaração de Ali al-Naimi, ministro do Petróleo saudita, que afirmou em dezembro que o petróleo a US$ 100 pode ser coisa do passado. Em 2008, o petróleo ultrapassou o nível dos US$ 100 pela primeira vez, levando alguns a estimarem que o preço chegaria ao pico de US$ 200 com a crescente demanda da China e da Índia. Então, veio a recessão, e o barril caiu para os US$ 34 antes de se recuperar rapidamente.

Nos últimos três anos, o óleo cru oscilou entre US$ 90 e US$ 110 até julho passado, quando os preços entraram em colapso pressionados pelo excesso de oferta causado pela produção norte-americanas, incluindo as empresas de óleo não convencional (shale oil) que precisam de preços mais elevados para serem rentáveis.

O efeito positivo da atual crise do preço do petróleo, diz o príncipe, é que permitirá à Arábia Saudita ver “quantas companhias produtoras de óleo não convencional deixarão o negócio.” Empresas de energia dos EUA já revisaram seus planos de investimento, cortaram gastos e suspenderam temporariamente os contratos de funcionários. Analistas acreditam que algumas companhias de shale oil não resistirão à queda de preços.

Alwaleed admite que, eventualmente, pode haver uma recuperação de preços. Ele só não acredita que isso levará o petróleo de volta ao caminho dos US$ 100.

Fonte: O Globo 

   

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