Completar uma ligação pelo celular em Itaperuna tem sido um exercício de Cross Fit, modalidade de preparação física considerada das mais difíceis. E também uma prática zen. É preciso ter paciência para repetir a tentativa várias vezes, mudar de localização, procurar espaço livre, contar com a sorte. Nos últimos dias, o fato agravou-se e até o presidente da Câmara Municipal pronunciou-se em plenário, a respeito do tema. Ele, Alexandre Pereira da Silva, é também um dos milhares de usuários prejudicados.
Negócios são afetados, conversas interrompidas, atendimentos emergenciais incompletos e uma cadeia de comunicação cada vez mais dependente do celular fica truncada na cidade de Itaperuna. Todas as companhias estão no mesmo fraco patamar, mas, a operadora mais famosa e de maior número de clientes, é por isso mesmo, a campeã das reclamações dos vivos que se sentem mortos na hora em que precisam usar um serviço caro e ruim.
Com o final de ano, período maior de compras e festas, de ligações interurbanas e internacionais , o colapso se avizinha. É a vitória da telefonia imóvel. Melhor voltar a escrever cartas e se elas não chegarem a tempo, aos sinais de fumaça, ao pombo-correio, ou às batidas de tambor. Podem demorar, mas, funcionarão.