"Rombo" da Prefeitura: o buraco é do Moreira ou o buraco é do Marcello?
Christiano 28/11/2014 20:00

Além da "venda" dos royalties (confira aqui), o assunto político da semana foi a denúncia feita pelo vereador Marcão no Ministério Público e na Polícia Federal de um suposto rombo na Prefeitura de Campos, com base em relatório de uma auditoria interna em 2013 feita a mando da prefeita Rosinha.

Esta auditoria, cujo objetivo foi apurar a regularidade financeira e contábil de todo o período do primeiro mandato de Rosinha na Prefeitura, de 2009 a 2012, teria achado um rombo contábil de R$ 56 milhões, já existente ao final do governo Mocaiber em 2008. Este valor estaria na contabilidade, na conta contábil "Bancos em Análise", mas não existiria fisicamente nas contas bancárias.

A conta contábil "Bancos em Análise" foi criada para mover para ali temporariamente lançamentos não identificados. Esta análise deve ser breve e célere e não poderia um lançamento contábil se perpetuar ali, o que é um grave erro. Deste rombo contábil de R$ 56 milhões, cerca de R$ 55 milhões era do já finado Banerj, onde obviamente não poderia mais existir dinheiro mesmo.

Em março de 2009, o governo Rosinha lança nesta mesma conta contábil "Bancos em Análise" mais R$ 64 milhões, alegando ser uma nova diferença descoberta entre extrato bancário e saldos contábeis de 2008. O mais grave é que faz isto retroativamente, em 2008, adulterando a contabilidade do governo Mocaiber, em gravíssimo erro contábil.

Com este "enxerto" do governo Rosinha, o rombo contábil passa a R$ 120 milhões, todo alocado na conta contábil "Bancos em Análise". Dinheiro que existiria em bancos na contabilidade, mas não de verdade. Durante o resto do primeiro mandato de Rosinha, R$ 53 milhões do "enxerto" de R$ 64 milhões feito pelo seu governo na conta contábil "Bancos em Análise" são "achados" nas contas bancárias, com o rombo contábil caindo de R$ 120 milhões para R$ 67 milhões.

O extenso relatório da auditoria interna analisa outras contas contábeis e chega a conclusão no final que haveria um rombo contábil total de R$ 109 milhões, quantia que existiria contabilmente, mas que haveria "indícios da sua não existência física nos cofres do Tesouro Municipal".

A denúncia foi levantada em primeira mão aqui, no blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa. Em sua defesa (confira aqui), o governo Rosinha diz que o rombo é dos governos anteriores. A procedência ou não da denúncia e de quem é o rombo, cabem ao Ministério Público e a Polícia Federal apurarem. Certo mesmo é que pelo relatório feito pela auditoria interna da própria prefeita, a contabilidade da Prefeitura de Campos, seja do governo presente ou pretérito, é uma bagunça.

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