Por que só agora?
José Paes 17/11/2014 08:37

Todo ano é mesma história. Passado o período eleitoral, as verdades, clamorosa e convenientemente escondidas durante as eleições, começam a aparecer, e de forma cada vez mais rápida. A situação é mesma Brasil a fora, mas em Campos ganha volume e formas absurdos, tamanho o seu descaramento.

No âmbito federal, bastou passar o período eleitoral, para situações que demonstram a sua falta de credibilidade começarem a aparecer. Está aí, para todos verem, a notícia que o país não conseguirá cumprir as suas metas fiscais, algo rechaçado ao longo da campanha e que demonstra a delicadeza da nossa situação econômica. Mal as eleições terminaram, e os juros e a gasolina aumentaram, enfim, foi passar a campanha para tudo de ruim e inconveniente ser exposto à sociedade.

Em Campos, infelizmente, a situação é ainda mais grave. E o pior de tudo, é que ninguém pode dizer que já não tinha sido avisado que isso iria acontecer.

Foi só passar a eleição, para a caótica situação financeira do nosso bilionário município – denunciada, faz tempo, por aqueles que de forma séria fazem oposição ao atual governo -, servir de fundamento para demissões de contratados, atraso no pagamento de prestadores de serviços e fornecedores e cortes substanciais de contratos administrativos.

Por outro lado, medidas impopulares, mas há muito necessárias para tentar aumentar a receita própria do município, como o protesto de títulos e inclusão nos órgãos de proteção ao crédito dos devedores de tributos municipais, apenas agora foram adotadas, demonstrando que o governo municipal não age necessariamente para atender aos interesses do município.

Nada contra o fim de contratos de trabalho ilegais, nem contra a redução de contratos com valores claramente desproporcionais. Um ajuste da máquina, extremamente inchada e ineficiente, era necessário faz tempo e várias cobranças nesse sentido foram feitas neste espaço. Mas o que impressiona são as justificativas. Nem uma criança, por mais ingênua que seja, cai nessa história de ajuste fiscal. Todos nós sabemos que a caótica situação do município é fruto de um desmedido e descontrolado projeto pessoal de poder, que trata o nosso município como um mero financiador dos seus interesses.

Infelizmente, o maior derrotado nas últimas eleições não foi o político obcecado pelo poder que todos nós conhecemos. Os principais prejudicados são a cidade e nós, os seus cidadãos, obrigados a conviver com um município abandonado, sem comando e que continua desperdiçando todo o seu potencial financeiro. Que tenhamos a capacidade de mudar esse panorama.

Artigo publicado na versão impressa da Folha de 13/11.

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