Conhecendo os tênis maximalistas
Marcos Almeida 07/10/2014 17:56

A indústria de tênis para corrida é formada por contradições e reviravoltas de conceitos em sua história. Durante muito tempo, mais foi mais. Quanto mais amortecimento, melhor era o calçado para o atleta. Depois, a onda minimalista inverteu as coisas, pregando que o excesso de amortecimento, grosso modo, prejudicava uma boa mecânica de corrida e poderia gerar ainda mais lesões. Agora, em uma nova reviravolta, a indústria tem como principal tendência para 2014 os tênis maximalistas.

Tudo começou há apenas quatro anos atrás, quando dois membros da conceituada marca de esportes de aventura Salomon resolveram trabalhar no design do Hoka One One. Os franceses Nicolas Mermoud e Jean-Luc Diard são corredores de montanha experientes. Ao longo dos anos, eles perceberam que precisavam de um novo tipo de calçado que fosse mais adequado para os ambientes extremos que enfrentavam. Eles, então começaram a pesquisar outros esportes que frequentam os mesmos ambientes. O que perceberam foi que todos eles usavam o conceito de “oversize” em seus equipamentos, como nas maratonas de esqui cross-country e nas sobreprojetadas mountain bike para neve. Até mesmo no Tênis, eles acharam raquetes com esse conceito. Mas, qual a ideia central em cima disso?

A ideia é aumentar a zona de conforto para o atleta. Se, em um tênis minimalista você tem cerca de 10 centímetros quadrados de área onde está sua passada ideal, por que não aumentar essa área para 30 centímetros quadrados? A partir daí surgiu o amortecimento na sola do Hoka.

Assim como muitos descobriram a duras penas com o minimalismo, o maximalismo não deve ser uma solução para todo e qualquer atleta. Alguns se adaptarão, mas outros não, assim como acontece com os tênis tradicionais, com os minimalistas, com o Newton e com as molas do Spira.

Diferente do movimento minimalista, ainda não há absolutamente nenhuma pesquisa científica sobre o uso desse tipo de calçado. Um dos pontos que os fabricantes aprenderam com a era minimalista foi manter o drop (diferença de altura entre o calcanhar e a ponta do pé) baixo. E mesmo com muito amortecimento, os maximalistas seguem esse preceito, alguns até mesmo com Drop Zero, como o GoRun Ride Ultra e o New Balance Fresh Foam 980.

Por enquanto, os maximalistas são mais conhecidos entre os ultra corredores. Não é raro ver uma parcela significativa de atletas correndo com o Hoka em provas de 80km ou mais. Parece que esses atletas se beneficiam do amortecimento adicional do tênis, já que a mecânica de corrida não será tão eficiente quanto em uma prova rápida e a fadiga, com certeza, muito maior. Aos poucos, eles chegam a maratonas e meia maratonas. Segundo a Hoka, há ainda um público crescente que utiliza seus calçados em treinos longos e de recuperação.

Fonte: http://www.mundotri.com.br

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    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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