O debate da Globo
Christiano 01/10/2014 13:45
[caption id="attachment_214711" align="aligncenter" width="549" caption="Foto: Douglas Shineidr / Jornal do Brasil"][/caption]

Foi realizado ontem o debate da Globo com os candidatos ao governo do estado do Rio. O programa teve grande audiência, alcançando 21 pontos no Ibope, 24% a mais do que a média da faixa horária. Seguem abaixo as minhas impressões sobre o debate, que, como é normal nestes casos, infelizmente, teve mais ataques do que propostas:

Tarcísio Motta (PSOL) - Nota 9,0 - Foi, de longe, o de melhor desempenho do debate e quem melhor aproveitou o espaço para expor as suas idéias. Bateu firme em Pezão, mas também nos outros candidatos, colocados por ele todos em um saco só, lembrando que os quatro já estiveram juntos durante um bom tempo, em momentos distintos. Foi quem conseguiu os melhores momentos ao atacar Pezão, perguntando "Cadê o Amarildo?" e com o popular "eu é que tenho rabo de cavalo e ele que tem o rabo preso". Foi inteligente quando Garotinho quis fazer uma tabelinha com ele, para somente na tréplica atacar o ex-governador, lembrando do descaso com os servidores públicos na sua gestão. Chamou Garotinho de mentiroso, afirmando que ele mente tanto que acredita que a própria mentira é verdade

Marcelo Crivella (PRB) - Nota 6,5 -  Em busca da difícil vaga do segundo turno, se posicionou como real adversário de Pezão, atacando duramente o governador. Sua melhor passagem foi com o também popular "Cabrão", mistura de Cabral com Pezão, buscando trazer a rejeição de Cabral, escondido da campanha, para Pezão. Fez cinco tabelinhas com Lindbergh, em jogo claramente pré-combinado. Foi tão constante e tão afável o contato entre os dois que passou para os telespectadores claramente que estava tudo combinado.

Luiz Fernando Pezão (PMDB) - Nota 6,0 -  Candidato da situação, governador e líder das pesquisas, foi o alvo natural de todos os outros candidatos ao governo. Apanhou do primeiro ao último minuto. Conseguiu manter a paciência e a fleuma, apesar dos ataques, sendo evasivo em várias perguntas e falando sobre realizações do governo e suas propostas. Cometeu um deslize fatal ao permitir ser filmado sorrindo após a pergunta "Cadê o Amarildo?" de Tarcísio. Ainda que grande parte do auditório tenha sorrido, ele não poderia, justamente para não dar margem a interpretação.

Lindbergh Farias (PT) - Nota 5,5 - Assim como na campanha, não conseguiu empolgar. Fez cinco tabelinhas com Crivella, um excesso. Demonstrou algum desespero, com propostas mirabolantes. Mais um pouco e iria falar que traria o metrô do Rio até Campos. Seu melhor momento atacando Pezão foi quando falou "vocês misturam tudo, a esposa do Sérgio Cabral é advogada da Supervia, do Metrô".

Anthony Garotinho (PR) - Nota 5,0 - Assim como nas pesquisas, foi o mais rejeitado no debate. Ninguém quis debater com ele. Quando o fizeram, foi por obrigação das regras. Não foi escolhido voluntariamente por qualquer outro candidato. Ficou completamente isolado e acabou tendo, de longe, a menor participação. Apesar do seu reconhecido talento como comunicador, não foi bem em suas poucas participações, sendo atacado por sua gestão por 8 anos à frente do governo do estado. Foi bem somente em sua despedida. Criticou Pezão por esconder Cabral da campanha, tática usada por ele para se esconder na eleição de Rosinha para prefeita em 2008. Citou como bom exemplo do programa “Jovens Pela Paz”, extinto no governo Cabral, a "revelação" de Naldo Benny e Mumuzinho.

Confira aqui, no Blog do Bastos, outra análise sobre o debate.

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    Christiano Abreu Barbosa

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