Carta aberta à oposição
José Paes 10/10/2014 08:56
Como todo opositor ao grupo liderado pelo ex governador Garotinho, estou feliz com a sua derrota nas urnas, não posso negar. Mas não estou preocupado em comemorar sua derrota, muito menos em zombar dela. Estou preocupado, em conjunto com diversas outras pessoas, em viabilizar um novo projeto para a nossa cidade, para que Campos, já em 2016, possa rumar um novo caminho, dissociado de um projeto pessoal de poder. É certo que as eleições ainda não terminaram e que o resultado do segundo turno da eleição pode reforçar os efeitos da derrota de Garotinho, com a reeleição do Governador Luiz Fernando Pezão, ou atenuá-los, com a vitória do Bispo Marcelo Crivella. É certo, também, que a derrota do ex governador, já no primeiro turno e com apenas 39% dos votos em Campos, não é suficiente para afastar a sua forte influência no município, até mesmo pelo fato da sua esposa ainda ser a administradora da pesada máquina pública municipal. De todo modo, a derrota de Garotinho, nos termos em que posta, completamente inesperada, demonstra que a situação do atual governo já não é tão confortável quanto antes, abrindo, dessa forma, novas oportunidades para nós, opositores.

Todavia, de nada adianta as urnas demonstrarem, de certo modo, um esgotamento do modo de governar e fazer política dos Garotinho, que faz mais de vinte anos atravanca o desenvolvimento da nossa cidade, se nós, opositores, não apresentarmos uma alternativa viável e eficaz ao que hoje nos confrontamos.

É hora de deixarmos a vaidade política e os projetos pessoais de lado, para começarmos a discutir um novo projeto para esta cidade. Um projeto verdadeiramente voltado para o município e todas as suas potencialidades que estão diante de nós. É hora de propor um projeto realmente voltado para o bem estar dos cidadãos campistas e que não pense apenas em anseios pessoais de poder, que impedem a cooperação necessária para o nosso desenvolvimento sustentável.

É hora de mostrarmos que há pessoas novas, ideias novas, que possam liderar um novo processo de crescimento social e econômico. É necessário mostrar à população, em especial a mais humilde e sacrificada, que com o orçamento que possuímos podemos avançar, e muito, em todos os aspectos.

Enfim, é hora de pensarmos menos em Garotinho e nas suas derrotas ou vitórias e mais nas pessoas que aqui vivem e que dependem de uma política mais qualificada para se desenvolverem. A população deu o seu recado nas urnas, mostrou insatisfação, cabe a nós criarmos uma alternativa ao que aí está.

Artigo publicado na versão impressa da Folha de ontem (09/10).

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