Ponto Final – Movimentações no tabuleiro político
Alexandre Bastos 13/10/2014 11:21

Romário no time de Pezão (I)

Faltando duas semanas para o segundo turno da eleição, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ganhou um reforço de peso para a sua campanha. Trata-se do senador eleito Romário (PSB), que recebeu mais de 4,6 milhões de votos no último dia 5. A entrada de Romário no time de Pezão foi antecipada por esta coluna na última terça-feira, em um palpite certeiro. Craque na política como foi nos gramados, Romário já gravou uma mensagem de apoio ao candidato do PMDB.

Romário no time de Pezão (II)

Ao contar com Romário em seu time, o governador Luiz Fernando Pezão espera obter os votos dos eleitores mais progressistas. Os mesmos que fizeram coro nas manifestações de junho passado contra o então governador Sérgio Cabral. Além de colocar Romário em campo, Pezão conta com outras cartas na manga para o segundo turno. Nos próximos dias sua campanha deve utilizar depoimentos de representantes de vários movimentos sociais, que vão criticar a ligação do senador Marcelo Crivella com a Igreja Universal e a falta de diálogo do candidato do PRB sobre temas polêmicos.

Marina com Aécio (I)

Em seus últimos discursos antes de morrer em um trágico acidente aéreo, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que disputava a Presidência da República, defendia a necessidade de oxigenação e alternância de poder. Ontem, ao anunciar o seu apoio ao tucano Aécio Neves, além de citar compromissos do novo aliado com bandeiras defendidas pelo seu grupo (Rede Sustentabilidade), Marina teceu comentários semelhantes ao que Eduardo Campos defendia. Na visão de Marina, assim como a vitória de Lula foi importante em 2002, encerrando um ciclo de oito anos do PSDB, “temos um momento em que a alternância de poder fará bem ao Brasil”.

Marina com Aécio (II)

A aliança entre Marina e Aécio não agradou os petistas, que logo após o anúncio usaram as redes sociais para tentar desqualificar os adversários. O mesmo PT que nos últimos anos fez alianças com políticos como Paulo Maluf e Fernando Collor não consegue aceitar a união entre Marina e Aécio. Sem entrar no jogo dos adversários, que assustados com a possibilidade de deixar o poder devem partir para o ataque, Marina aparenta tranquilidade. Em seu discurso ela diz que “sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática”.

Cargos e Igreja

Durante o debate da última quinta-feira na Band, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou que o senador Marcelo Crivella (PRB), sempre que teve oportunidade, nomeou figuras ligadas à Igreja Universal. Em Campos, por exemplo, a aliança de seis anos entre a prefeita Rosinha Garotinho (PR) e o PRB sempre envolveu figuras ligadas à Igreja Universal. O bispo Vieira Reis, por exemplo, foi secretário de Pesca. Além disso, todas as substituições passam pelo crivo dos articuladores da Universal.

Petrolão no Rio

Reportagem publicada no último sábado pela Folha de São Paulo afirma que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi encarregado de pedir a empreiteiras doações para a candidatura derrotada do senador Lindberg Farias (PT) ao Governo do Rio. No depoimento que Costa deu à Justiça Federal no Paraná, liberado na última quinta-feira, o delator do petrolão apontou empresas, partidos e operadores do esquema de desvio de recursos na Petrobras. Ele disse também que havia sido incumbido de levantar recursos para a campanha de um candidato do Rio.

Atualização às 11h (14/10) - Sobre a nota intitulada "Petrolão no Rio", a assessoria do senador Lindberg Farias enviou e-mail explicando que "são duas situações muito diferentes". "Uma é o escândalo provocado pela descoberta de um esquema de propina da Petrobras; outra é um candidato a governador se reunir com um ex-diretor que tinha se desvinculado da empresa havia um ano – e contra quem não existia, até então, nenhuma denúncia – para fazer reuniões de programa de governo na área de petróleo e gás. As reuniões foram em janeiro de 2014. A operação da PF foi em março. E a campanha só começou em julho. Lindberg afirma com veemência que Paulo Roberto Costa não captou recursos para a sua campanha de governador".

Publicado hoje na Folha

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