Ideb: Campos amarga resultado
06/09/2014 11:09

Alexandre Bastos

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou ontem os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013. Se por um lado o ranking mostra um crescimento do estado do Rio, que deixou a 15ª posição e agora está em 4º lugar, a situação do município de Campos não mudou muito. No ranking do primeiro segmento, responsabilidade da Prefeitura, a cidade trocou a última colocação (92°) pelo antepenúltimo lugar (89°), em um empate com a cidade de Nova Iguaçu. Mesmo saindo da nota 3,6 para 3,9, o município de Campos não conseguiu avançar no ranking e não alcançou a meta projetada, que era de 4,0. No ranking do segundo segmento a cidade caiu de 3,4 para 3,3. A meta projetada era 3,5. Na média, Campos ficou com 3,6, ocupando o 88° lugar, bem atrás de cidades como Itaocara (5°), Miracema (7°), Cambuci (10°), Italva (27°), Itaperuna (29°), Quissamã (47°), São João da Barra (48°) e Macaé (54°). Logo após a divulgação do ranking, as reações foram variadas. No Rio, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato ao governo do estado, comemorou o 4º lugar do estado no ranking nacional. Em Campos, enquanto o vereadores Mar-cão (PT) e Rafael Diniz criticaram o desempenho da cidade, a Prefeitura, por meio de nota, apontou avanços.

De acordo com a Prefeitura, o “município de Campos registrou aumento do Ideb de 3.6 em 2011 para 3.9 em 2013, um crescimento médio de 10%, ou de 20% acumulado desde 2009. O Estado municipalizou 48 escolas, com a transferência de 15 mil alunos, com um número expressivo em distorção idade/série, o que afetou a nota do segundo segmento e a média final do Ideb. A prefeitura de Campos a partir de 2009 passou a investir maciçamente em Educação para melhorar o desempenho do setor. A Prefeitura de Campos investiu na qualificação dos professores, paga piso superior ao nacional, fez concurso público e já deu posse a quase 600 novos professores, paga plano de cargos e salários a mais de 3 mil profissionais do setor, paga progressão a mais de 2 mil profissionais, oferece gratificação, RET, regência, reformou unidades e construiu novas escolas do padrão modelo, oferece merenda de qualidade, kit completo de uniforme, unificou e distribuiu material didático para todos os 60 mil alunos da rede”.

Pezão comemora — O governador Pezão comemorou os números do Rio no Ideb. Durante uma caminhada em Cabo Frio, ele comentou: “Hoje é um dia muito emblemático, porque conseguimos subir muito o índice de educação no estado do Rio. Quando o governador Sergio Cabral e eu assumimos, o Rio só ganhava do Piauí. Conseguimos botar em 15º, mas não estava bom. Assumimos o compromisso de colocar até quinto lugar. Hoje foi divulgado que estamos em quarto, muito próximo do primeiro lugar. E agora vou assumir o compromisso de colocar o Rio no lugar onde ele sempre deveria estar: em primeiro”, disse o candidato.

Oposição não poupa crítica aos números

Se os aliados da prefeita Ro-sinha Garotinho (PR) evitaram comentários sobre a posição da cidade no ranking, os membros da oposição dispararam com força contra os números. “Através do Fundeb, do governo federal, Campos recebeu R$ 170 milhões em 2014. Esses recursos não foram repassados para os contracheques dos professores. Sair do último para o ante-penúltimo lugar não é avanço em lugar algum do mundo. É bom lembrar que na campanha de 2008 a atual prefeita prometeu tirar a cidade das últimas colocações. Já acabou o mandato, ela já está quase na metade de outro, e nada. E tudo isso gastando R$ 40 milhões com livros didáticos da empresa Expoente, de Curitiba. Mas o governo federal poderia enviar esses livros gratuitamente para a nossa cidade”, disse Marcão.

Na visão do vereador Rafael Diniz (PPS) falta foco no que realmente importa. “As grandes mudanças só são possíveis com investimentos e um cuidado especial com a Educação. Amanhã vai ter gente muito mais preocupado com campanha política do que com esse desempenho vergonhoso no ranking do Ideb. E não adianta colocar a culpa no passado. Já são mais de seis anos de governo”, protestou o vereador Rafael.




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