Água desperdiçada e rio Paraíba seco
27/09/2014 13:09

Patrícia Barreto
Foto: Leitor André Luiz Araújo

Inconformado com o desperdício de água, em meio a uma crise hídrica, um leitor registrou o flagrante da irrigação da área verde implantada pelo município no bairro Flamboyant, em Campos. Através de um caminhão-pipa, um funcionário realizou o serviço, por aproximadamente 40 minutos. Ainda de acordo com o leitor, este serviço é realizado três vezes por semana. Ele classifica o ato como afronta do poder público. Em junho deste ano, no site oficial, a Prefeitura divulgou uma matéria sobre os três anos de implantação do projeto de paisagismo e manutenção de jardins e canteiros. São mais de 100 praças em todo município regadas semanalmente em diversos bairros. A Assessoria da Prefeitura de Campos, não informou a origem da água que é utilizada para irrigar as praças e jardins da cidade. Nesta sexta-feira (26), enquanto o desperdício era apontado nas ruas da cidade, o rio Paraíba do Sul batia mais um recorde negativo, com o nível atingindo 4,55 metros, de acordo com informação do secretário municipal de Defesa Civil, Henrique Oliveira, que relatou que há previsão de chuvas para o interior de São Paulo nos próximos dias.

De acordo com o ambientalista Aristides Soffiati, cada litro de água gasto com a manutenção desses espaços pode ser uma porção de água a menos nas torneiras da população. “As áreas verdes são essenciais para o equilíbrio ambiental das cidades. Sem as praças e jardins, aumenta a poluição e piora a qualidade do ar. Cuidar das áreas verdes é melhorar a qualidade de vida nos centros urbanos. Mas há que se encontrarem alternativas para este trabalho, caso esta água utilizada seja potável”, ponderou.

Mesmo com o nível baixo, a concessionária de abastecimento, Águas do Paraíba, ainda não considera crítica a situação atual. Mas o gerente de Operações, engenheiro Silas Almeida, diz ser necessário o uso consciente da água por parte da população, sobretudo neste momento de seca e estiagem. “Não há o menor cabimento que continuem sendo registradas cenas de pessoas varrendo calçadas com água e lavando carros com mangueira”.

Ele explica que o rio Paraíba do Sul continua baixando progressivamente, pela ausência de chuvas nas cabeceiras e praticamente em todo o Sudeste do Brasil. Silas Almeida garantiu que ainda não há risco de desabastecimento na cidade e no interior, pois a água bruta em Campos é captada a um metro e meio de profundidade do leito do rio, no bairro do Caju. No início deste mês, a cota de 4,73m no rio. No dia 27 de agosto, o nível caiu s 4,65m.

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