IDEB: Vergonha, de novo
José Paes 11/09/2014 11:57

Na última semana, foi divulgado o resultado do IDEB referente ao ano 2013. Infelizmente, a situação vergonhosa continua, e o município ocupa agora a antepenúltima posição, com a nota 3,9, abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Educação, que era de 4,0.

Vários são os aspectos que precisariam ser analisados, a fim de compreendermos mais um resultado ridículo como esse, mas como o artigo é curto, vou me ater ao que considero mais importante: a responsabilidade do atual governo pelo resultado pífio resultado alcançado pelo município.

Querer responsabilizar apenas as gestões anteriores pelos resultados atuais é leviandade. Já faz quase seis anos que a atual gestão está poder, tempo mais do que suficiente para que os resultados de uma política séria de educação – acaso existente -,começassem a dar resultados. Na verdade, a nota alcançada pelo município, abaixo da meta do Ministério da Educação, é a mais clara prova da falta de prioridade do governo com a educação.

Mas o que precisa ser feito para mudar essa situação? Como reverter essa política perversa que destrói o futuro de milhares de jovens?

Não sou especialista em educação, mas acredito que uma revolução em nosso ensino passa por três principais pontos: (i) melhorias na estrutura da rede municipal de ensino, (ii) valorização dos profissionais da educação e (iii) gestão mais eficiente e autônoma.

É inadmissível que crianças continuem tendo aulas em prédios em condições lamentáveis de manutenção, sem acesso a internet, bibliotecas, quadras esportivas. É inaceitável, ainda, que milhares de alunos, em razão da falta de vagas, tenham que estudar em instituições privadas de qualidade questionável, sem o menor monitoramento do município.

O mais importante, me parece, é criar uma política de valorização do profissional da educação, com aumento real de salários, estímulo à capacitação e valorização dos profissionais de carreira. Não se pode continuar com a política de contratação de professores temporários, muitos deles apadrinhados de aliados do governo, o que impede a construção de uma política permanente de ensino.

Necessário, ainda, que a gestão da educação seja reformulada. O desperdício de dinheiro público, como a compra de material didático de qualidade duvidosa, por exemplo, é o retrato de como a gestão do nosso sistema educacional é ineficiente. A autonomia das unidades de educação, com a eleição efetivamente direta dos seus diretores também é necessária.

Enfim, é preciso que a atual gestão reconheça os seus erros, a fim de tentar implementar uma nova política educacional para o município. Difícil é acreditar que isso acontecerá.

Artigo publicado na versão de hoje (11/09) da Folha impressa, com pequena correção do texto original.

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