Ibope: Pezão conquistou votos que seriam nulos e Garotinho cresceu entre os ricos de Campos
Alexandre Bastos 25/09/2014 00:54

O detalhamento da última pesquisa Ibope, divulgada na última terça-feira (23), mostra que o governador Luiz Fernando Pezão, candidato à reeleição pelo PMDB, cresceu ganhando eleitores que pretendiam anular o voto. Já Anthony Garotinho (PR), apesar de ter caído entre os mais jovens e menos escolarizados, conseguiu se manter nos 26% ao crescer entre os mais ricos. De acordo com o cientista político Eurico Figueiredo, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos (Inest/UFF), o crescimento de Garotinho "tende a ser entre a elite econômica do interior, especialmente na região de Campos".

Os dados mostram que Pezão cresceu mais entre os jovens de 16 a 24 anos (8 pontos percentuais), trabalhadores que ganham entre dois e cinco salários mínimos (6) e católicos (7). Nestas faixas, a porcentagem de votos em branco e nulos caiu, respectivamente, 5, 7 e 3 pontos percentuais. Garotinho caiu entre os mais jovens (4) e menos escolarizados (3) — perfil mais presente em seu eleitorado e concentrado na periferia do Grande Rio. Contudo, houve um crescimento de 4 pontos percentuais entre os eleitores mais ricos, que o ajudou a se manter com 26% no geral.

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal "O Globo", a pesquisa confirma a polarização entre os dois, que dificilmente deixarão de se enfrentar no segundo turno. Para o cientista político Eurico Figueiredo, diretor do Instituto de Estudos Estratégicos (Inest/UFF), o crescimento de Pezão tem relação a estratégia adotada nos programas de rádio e TV: "A campanha dele foi bem-sucedida em se vincular com os benefícios sociais do governo Cabral e, ao mesmo tempo, em se diferenciar de Cabral em relação aos casos de corrupção", opinou.

Figueiredo avalia que o crescimento de Garotinho entre os mais ricos provavelmente mostra que ele tem conseguido conquistar eleitores que vivem no interior. Um dos principais focos dele tem sido a migração de criminosos vindos da capital, onde Pezão lidera: "Não acredito que tenha crescido na Zona Sul, onde sua rejeição é maior do que a média geral. É preciso ter os dados regionalizados, mas o crescimento tende a ser entre a elite econômica do interior, especialmente na região de Campos", opinou.

Fonte: O Globo 

   

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