Debate com "dobradinha" entre Crivella e Lindbergh
Alexandre Bastos 03/09/2014 01:30
[caption id="attachment_27054" align="aligncenter" width="699"] Anthony Garotinho (PR), Luiz Fernando Pezão (PMDB), Marcelo Crivella (PRB), Tarcísio Motta (PSOL) e Lindbergh Farias (PT) no debate desta terça-feira - Marcelo Carnaval / Agência O Globo[/caption]

O segundo debate entre os candidatos ao governo do estado, realizado pela Rede TV, mostrou que a principal briga no momento é pela segunda colocação que de acordo com as últimas pesquisas, é ocupada pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Deixando claro que desejam enfrentar o deputado federal Anthony Garotinho (PR) no segundo turno, talvez pelo seu alto índice de rejeição, os senadores Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT) lançaram uma espécie de "dobradinha", com trocas de elogios e "tabelinhas".

Carona na "Onda Marina" - Pegando carona na "Onda Marina", o petista Lindbergh Farias afirmou que a "nova política precisa vencer a velha política". Ao criticar as gestões de Garotinho, Rosinha, Cabral e Pezão, o senador afirmou que o eleitor deveria escolher entre ele ou Crivella. Sem decolar nas pesquisas, Lindbergh demonstra estar colocando em prática um Plano B. A ideia é tentar colocar Crivella no segundo turno contra Garotinho.

Quem tem medo do passado? - Os ataques ao governador Pezão começaram logo no primeiro bloco do confronto. Lindbergh questionou Pezão sobre o porquê de ele esconder o passado ligado a Anthony Garotinho e a influência do que considera a “banda podre” do PMDB no seu governo. Pezão ironizou o ex-aliado lembrando que Lindbergh também se beneficiou desta aliança que o elegeu senador.“O senhor se elegeu senador sem conhecer o Rio. Sem conhecer sequer a cidade que foi prefeito”, rebateu Pezão.  Em seguida, Garotinho e Marcelo Crivella, candidato do PRB, criticaram duramente a mobilidade urbana no estado, condenando o que eles consideram privilégio do governo às empresas de ônibus em detrimento de investimentos em trens, barcas, metrô e no transporte alternativo.

Tabelinha - O clima esquentou novamente quando Crivella fez uma tabelinha com Lindbergh e instigou o petista a criticar Pezão por um programa de rádio onde o governador teria ironizado o sotaque nordestino do senador. Foi a deixa para colocar Pezão no centro do debate.“Estamos sendo vítimas de uma campanha suja dessa gente. Eu quero fazer uma campanha limpa”, disse Lindbergh, demonstrando claramente a "dobradinha" com Crivella.

Tarcísio encara Garotinho e aponta "novo coronelismo" - Quem bateu de frente com Garotinho foi o professor Tarcísio Mota (PSOL), que visou: "tenho rabo de cavalo, mas não tenho rabo preso". Ele acusou Garotinho de fazer campanha irregular distribuindo Cheque Cidadão no Complexo da Maré e criticou o que chamou de “novo coronelismo”. "A favela não é lugar para se comprar voto. A favela é espaço constitutivo do estado e tem que ter direitos", disparou. Garotinho respondeu lembrando que o Cheque Cidadão foi extinto pelo atual governo e aproveitou para prometer retomar o programa social se eleito.“Aquilo que caracteriza um mentiroso profissional, Garotinho, é acreditar na própria mentira”, ironizou Tarcísio. Com ar de deboche, Garotinho retrucou: “O Tarcísio acha que é santo e esquece que o partido dele tem a deputada Janira Rocha, que desviou verba do próprio gabinete. E o prefeito do PSOL em Itaocara é o pior do estado. Uma coisa é falar, outra é fazer. Você ainda vai saber o que é isso”, respondeu Anthony Garotinho.

Pezão se defende atacando - Ao contrário do debate da Band, quando ficou mais na defensiva, o governador Pezão resolveu dar umas pancadas. Ele apontou a Saúde de Nova Iguaçu como caótica durante a gestão de Lindbergh como prefeito. "Hospitais e Postos de Saúde foram fechados. E uma obra ficou só o esqueleto. Nós é que estamos ajudando a fazer, ao lado do atual prefeito", disse Pezão. Em um embate com Garotinho, o governador disparou: "A ligação da milícia com o ex-governador (Garotinho) foi notória", disse Pezão. Já Garotinho lembrou que Pezão foi secretário do governo Rosinha. "Só se ele se reunia com a turma da milícia e não me contava. O gabinete era ao lado do meu", ironizou.

Crivella reclama: "Só me perguntam sobre religião" -  "Vou ter que responder mais uma pergunta sobre religião. Eu não misturo política e religião. Quem mistura são os jornalistas, que só me perguntam essas coisas. Quero falar sobre transportes, saúde e segurança", desabafou.

Tarcísio cita Carlos Drummond - Em sua participação final, o professor Tarcísio Mota citou um poema de Carlos Drummond. "Parodiando o poema "Quadrilha", do Drummond, o que a gente vê é que Garotinho amava Cabral que ama Pezão, que amava o Lindbergh, que ama o Crivella. Ou seja, é uma grande mistura. Mas existe o diferente. Nós, do PSOL, estamos aqui para mostrar isso", frisou.

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