Por esta eu não esperava
Marcos Almeida 13/08/2014 05:39

Sério, não esperava mesmo. As mulheres em Maratonas com um ritmo mais constante que os homens? Bem interessante. E sem essa de vantagem simplesmente por questão de gênero, mas pelo simples fato do gênero masculino ter começado a correr Maratonas, assim como em outras distâncias, bem antes do que as mulheres, assim eu achava. E que bom saber disso. Leia abaixo para entender melhor.

POR RODOLFO LUCENA 11/08/14 16:30 As mulheres são muito mais equilibradas do que os homens quando se trata de manter o ritmo na maratona. Provavelmente, isso é verdade em outros aspectos da vida, mas em relação à maratona nós temos prova cabal, baseada na verdade fria dos números.

Pelo menos é o que nos faz crer estudo realizado por um grupo de cientistas de diversas instituições médicas dos Estados Unidos e publicado na edição de julho de “Medicine & Science in Sports & Exercise”.

Pesquisadores da at Marquette University, da Mayo Clinic e da and Grand Valley State University reuniram dados de concluintes em 14 maratonas, desde provas de massa, como a de Chicago e a da Disney, até provas menores. Foram realizadas em diferentes condições: calor, frio, asfalto plano ou traçado ondulado. No total, conseguiram informações sobre os tempos de 91.929 concluintes, de todas as faixas etárias; 42% eram mulheres.

Fizeram uma análise bastante simples, pegando o tempo de cada correr na meia maratona e seu tempo final.

Se o corredor faz a segunda parte mais ou menos no mesmo tempo em que correu a primeira, é porque conseguiu calibrar bem o esforço, mantendo um ritmo semelhante em todo o percurso.

Se reduziu o tempo na segunda etapa, fazendo o que se chama de “split negativo”, o cara ou a moça é um sujeito de ponta, praticamente, profundo conhecedor de si mesmo e da aplicação de forças durante a prova. Isso é raro; em geral atletas de elite são os poucos que conseguem negativar na maratona.

O mais comum é que o amador faça a segunda etapa em um tempo maior do que a primeira. A diferença entre os tempos é que vai nos dizer o quanto o atleta conseguiu calibrar seu ritmo adequadamente.

Dito isso, vamos aos resultados gerais. No cômputo total, os homens reduziram o ritmo bem mais do que as mulheres –uma diferença de 25% conta o dito sexo forte. Especificamente, em média os homens fizeram a segunda parte da maratona 16% mais devagar do que a primeira; as mulheres, em média, foram 12% mais lentas na segunda metade.

Se você é um defensor da causa masculina, segure-se firme da cadeira, porque aí vem mais chumbo. Se você é uma prendada leitora, prepara-se para aquecer seu coração de alegria. Os resultados seguintes são ainda mais laudatórios da capacidade feminina de não perder o ritmo –ou, ao perder, não desabar no asfalto.

Depois dos já citados resultados gerais, os pesquisadores resolveram furungar um pouco mais nos dados. Descobriram o que podemos chamar de redutores pesados, gente que fez a segunda parte beeeeem mais lentamente do que a primeira. Quem teve diferença de 30% ou mais na segunda etapa entrou nessa categoria –por exemplo, um sujeito que fez a meia em duas horas e fechou em 2h36 ou mais se enquadra nessa categoria.

Aí os homens mostraram que são apressadinhos mesmo, que saem correndo mais rápido do que deveriam ou que não conseguem se equilibrar direito no ritmo: cerca de 14% dos concluintes homens se enquadram nessa categoria de redução pesada, contra apenas 5% das mulheres.

Essa disparidade de ritmos foi registrada em todas as faixas etárias e tempos de conclusão, mesmo entre os mais rápidos. Entre os mais lentos, a diferença aumentou: no pelotão do mundo, as mulheres eram bem melhores do que os homens no que se refere ao equilíbrio de ritmo.

Todos esses dados se referem a uma edição das provas analisadas. Isso levou os pesquisadores a se perguntarem se não poderia haver uma distorção. Talvez uma quantidade extra de corredores menos experientes em uma ou algumas das maratonas compiladas bagunçasse a estatísticas.

Para contornar o problema, conseguiram dados históricos aleatórios de um grupo menor de atletas – também aleatório, ou seja, não foram os pesquisadores que escolheram o grupo analisado mais profundamente; a base de dados usada tinha informações sobre 2.929 concluintes de algumas provas ao longo de anos.

Se você está pensando que experiência ajuda, pode tirar o cavalinho da chuva.

O que os pesquisadores descobriram é que, independentemente do número de provas no currículo, a diferença se mantinha. Ou seja, avaliando homens e mulheres com a mesma experiência tendem a apresentar a mesma diferença de ritmo inicialmente registrada, com os homens reduzindo mais segunda etapa dos que as mulheres, que mantêm ritmo mais constante.

Fonte: http://rodolfolucena.blogfolha.uol.com.br

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    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.

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