Dilma faz críticas ao ‘extremismo absoluto’ de Marina
Alexandre Bastos 28/08/2014 16:22

Em campanha na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que reuniu cerca de 600 agricultores familiares e sindicalistas, nesta quinta-feira (28), a presidente Dilma Rousseff partiu para o ataque à candidata Marina Silva (PSB), defendendo a atuação do seu governo na aprovação do Código Florestal. Sem citar a ex-ministra do Meio Ambiente, Dilma afirmou que as posições defendidas eram de “extremismo absoluto” e que optou pelo caminho do meio. "Quero falar um pouco de Código Florestal. Estava um processo de discussão que era um processo de discussão radicalizado. De um lado, falavam que todo mundo tem de reservar a mesma quantidade de terra que foi usada indevidamente do ponto de vista ambiental. É tudo igual, não tem perdão para ninguém. Do outro lado, diziam, os grandes têm que ter um certo perdão porque, senão, inviabiliza as exportações. Estávamos nessa posição de extremismo absoluto, quando chegamos a seguinte consideração: 90% das propriedades são pequenas. (...) Então criamos uma coisa proporcional, que é a escadinha", disse a presidente, referindo-se ao sistema de compensação do Código Florestal.

Então senadora pelo Acre, Marina foi nomeada para a pasta do Meio Ambiente em 2003, pelo então presidente Lula. Sua gestão foi marcada por conflitos constantes com outros ministros, na medida em interesses econômicos se contrapunham à preservação ambiental. Em 2007, os processos de concessão de licença ambiental — alguns setores se queixavam da demora do Ibama para liberar autorizações para obras de infraestutura — contrapuseram Mariana e Dilma, então titular da Casa Civil. No ano seguinte, ganhou destaque a divergência com Roberto Mangaberia Unger, então Ministro da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que ficou com a Coordenação do Plano Amazônia Sustentável (PAS). Os atritos com a Casa Civil se agravaram por conta de obras no Rio Madeira, Marina denunciou pressões do governos de Mato Grosso e Rondônia para rever medidas de combate ao desmatamento na Amazônia. Até que, enfim, a ministrou apresentou sua carta de demissão e voltou ao Senado. Em 2011, durante as discussões sobre o Código Florestal, Marina já era pré-candidata á presidência da República e classificou o projeto como “o maior retrocesso da história da legislação ambiental brasileira".

Fonte: O Globo 

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