Morte de Eduardo Campos interfere no tabuleiro político do Rio
Alexandre Bastos 14/08/2014 11:31
[caption id="attachment_26479" align="aligncenter" width="567"] Eduardo Campos era capaz de segurar a língua de Romário e estimulava a candidatura de Lindbergh Farias, que era um amigo pessoal do ex-governador de Pernambuco[/caption]

O senador Lindberg Farias (PT), candidato ao governo do estado, revelou que a morte de Eduardo Campos empobreceu o debate pela presidência da República e, de certa forma, mexe com a disputa eleitoral no Rio. Em entrevista ao jornal "O Dia" Lindbergh lamentou a morte do amigo, que foi um de seus principais avalistas e responsáveis pela coligação que viabilizou sua campanha. Nas palavras do próprio candidato, foi Eduardo Campos quem “estendeu a mão” para que politicamente tivesse forças para justificar sua candidatura junto ao próprio partido. Sem o PSB, a coligação de Lindbergh restringiria-se ao sempre próximo PC do B e ao PV — ambos com pouco tempo de televisão .

Com a morte do socialista ontem, Lindbergh terá agora, provavelmente, nos materiais de campanha produzidos pelo PSB não mais o aliado e amigo, mas uma crítica ferrenha de seu partido e opositora de primeira hora da aliança que sagrou seu nome na disputa ao Palácio Guanabara: Marina Silva.

Como presidente nacional do PSB, Eduardo Campos precisou dobrar a resistência de Marina e de outro correligionário, o então futuro candidato ao Senado, Romário, que, segundo ele mesmo disse à reportagem dias atrás, nunca teve nada contra Lindberg, mas tudo contra o PT nacional. O ‘Baixinho’ engoliu o orgulho, e, em entrevista ao jornal "O Dia" , admitiu até o apoio ao PT num eventual segundo turno entre Dilma e Aécio.

Era a Eduardo Campos, que recorriam os petistas quando consideravam que Romário pisava na bola com suas declarações contra a presidenta Dilma Rousseff. Sem ele, dificilmente Roberto Amaral, agora à frente do PSB, terá forças para segurar o ‘Baixinho’. E Marina, confidencia um socialista, não teria a menor vontade política de interferir nos destemperos verbais de Romário sobre o PT.  Não foi sem dor e ranger de dentes que se chegou à coligação PT, PV, PSB e PC do B. Se dependesse de Alexandre Cardoso,prefeito de Duque de Caxias, antigo presidente do PSB no Rio, o partido estaria com o governador Luiz Fernando Pezão. Cardoso foi derrotado também na disputado com Romário. Perdeu duas vezes: o poder dentro do partido e a própria legenda. Hoje, ele estuda se filiar ao PMDB.

A campanha de Lindbergh chegou a admitir a possibilidade de fazer caminhadas com Campos em agenda comum com Romário, mesmo tendo a oposição do PT nacional. Isso não deve ocorrer com Marina. O voto do eleitorado evangélico é outra possível mudança para o Rio. Garotinho e Crivella, que disputam esses eleitores, estão aliados à presidenta Dilma Rousseff. Evangélica, Marina Silva também atrai simpatia de parte desta fatia de votos que encontra grande público no estado.

Fonte: O Dia 

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