Pezão e Garotinho negam acordo com tráfico para campanhas em favelas
Alexandre Bastos 13/08/2014 16:04

A proibição da entrada de alguns candidatos a deputado e ao governo do Estado do Rio em favelas do Rio dominadas pelo tráfico e pela milícia gerou incômodo em alguns dos postulantes ao cargo de governador nesta quarta-feira (13). Como mostrou matéria do jornal O Globo, candidatos de determinados partidos tiveram entrada proibida, e alguns traficantes chegaram a tentar negociar preços para a entrada dos aspirantes aos cargos públicos nessas comunidades.

Luiz Fernando Pezão (PMDB), que falou com os jornalistas nesta manhã durante visita ao Hospital da Mulher em São João de Meriti, Baixada Fluminense, tentou relativizar o problema. Segundo ele, traficantes e milicianos sempre tentaram reprimir a campanha de certos candidatos em comunidades, no entanto, Pezão alega nunca ter sido impedido de circular por favelas durante a gestão. Essas ameaças sempre aconteceram. [Ocorreu] nas duas eleições do prefeito Eduardo Paes, aconteceu na nossa reeleição [do antecessor, Sérgio Cabral] queimando ônibus, o tráfico mandando recado e nós não recuamos e não vamos recuar. Não tem acordo com o tráfico nem com a milícia", garantiu.

Sobre candidatos que se sentem ameaçados, o governador admitiu a possibilidade e disse que ainda existe resistência do crime organizado, mesmo com a presença das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) "Pode estar tendo problema em algumas comunidades, mas muito pouco. A gente sabe que tem lugares que eram mais resistentes, como o Alemão, que funcionavam como o hub do crime", explicou.

Já o candidato Anthony Garotinho (PR) afirmou que jamais fez qualquer acordo para entrar em comunidades dominadas por traficantes ou milicianos para fazer campanha política. "Uma vez falaram que eu não poderia entrar. Eu entrei e ninguém me tirou. Eu não faço esse tipo de acordo. E quem aceita esse tipo de coisa não está preparado para ser governador", afirmou.

Durante a entrevista, Garotinho aproveitou para tecer críticas à oposição. "Os maiores bandidos desse estado não estão nas comunidades, e sim dentro do Palácio Guanabara", atacou.

Fonte: G1

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